Mais história verídica que aconteceu comigo.
Há cerca de dez anos, eu próprio, por pouco não me deixei enganar
no preço das compras que fiz num supermercado na região de Leiria.
Já vai para dezasseis anos que comprámos uma casa nos arredores de
Alcobaça,onde vamospassar alguns fins-de-semana e outros períodos de
tempo mais alongados.
Geralmente antes de chegarmos a nossa casa passamos sempre por um
qualquer dos supermercados, para comprarmos alguns víveres ou
vitualhas para os dias que ali vamos permanecer.
Uma dessas vezes fui a um dos supermercados que tinha sido aberto há
pouco tempo na dita região. Utilizei o carrinho das compras - o que
normalmente toda a gente faz,quando vai fazer compras em grande
quantidade.
Como de costume passo por todas as sessões onde estão os produtos
expostos e vou pondo no respectivo carrinho os produtos comestíveis
ou não que necessito em casa.
Quando passei pela sessão das carnes já levava o carro das compras
quase cheio. Pedi ao magarefe que me arranjasse um quilo de bifes de
carne de porcoque estava a vender a cinco euros o quilo. O carniceiro
pegou num bocado que estava mais ao lado e disse para mim:
- Quer levar este bocado tem mais que um quilo.
- Então, levo essa parte toda.
Quando o empregado pesou na balança o dito bocado, verifiquei que
tinha aproximadamente 1, 5 kg (quilo e meio de carne). quando deu-me
o embrulho dos bifes com o preço, fiquei admirado!... Porque na
etiqueta constava 11,20 (onze euros e vinte cêntimos).
Pus-me a fazer contas e disse para a minha mulher:
- O indivíduo do talho pôs cinco euros a mais no preço dos bifes,
porque só deviam constar 7,30 (sete euros trinta cêntimos) mesmo
que tivesse feito um arredondamento por excesso.
Ainda voltei a passar junto ao talho para ver se ele me dizia a
que se tinha enganado no preço da carne. Sorriu-se para mim, talvez,
o carniceiro dissesse lá para consigo-próprio: como não és conhecido
nesta zona, e vens aqui por mero acaso, vais pagar mais cinco euros
que nem dás conta. A minha mulher disse-me:
-Vai lá falar com ele para desfazer o engano.
- Não, ele há-de vir à caixa desfazer esse engano na frente de
outros clientes.
Depois da funcionária da caixa ter feito a conta das minhas compras
disse:
- São 45, 40 E ( quarenta e cinco euros e quarenta cêntimos).
- Penso que a conta não está bem feita.
- Porquê? A máquina não se engana!
- Mas eu também fiz a conta e só me dá a volta de quarenta euros!
- Então, quer que faça de novo a conta?
- Talvez seja melhor para vermos onde está o engano.
- Começamos já pela carne que devem ser à volta de sete.
- Não, o preço que está aqui marcado é de 11,20 E
- Isso não pode não ser Menina! O peso desta carne nem chega a
quilo e meiopreço dela é de cinco euros o quilo!...
A empregada telefonou de imediato para o homem do talho que viesse
à caixa paradesfazer um engano. Quando ele chegou ela explicou o
que estava acontecer, ele pediu-me logo desculpa, alegando que foi
por engano, que pôs a etiqueta errada.As outras pessoas que estavam
na fileira com as suas compras também se perceberam que ali havia
alguma vigarice.
Presume-se que este magarefe tivesse várias etiquetas já feitas com
diferentes preços para ir pondo nos clientes que visse que poderia
enganar.
É preciso estarmos atentos, os vigaristas estão sempre à espreita
para enganarem os mais incautos
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