Memórias da queda do “Muro da Vergonha,” que separou famílias e
que durou desde de Agosto de 1961 até 9 de Novembro de 1989. Foram
28 anos de Ditadura Comunista que molestou e sacrificou milhares de
cidadãos. Alguns deles, hoje, não esquecem a exígua sobrevivência
e a difícil fuga a esta “ditadura de ferro!” Mais de 3.200 pessoas
foram presas por querem abandonar o paraíso do inferno! E consta-se
que mais de 300 pessoas foram abatidas a tiro, quando tentavam
atravessar a fronteira para o Ocidente em busca da liberdade! Pelos
dois relatos abaixo mencionados podemos daí inferir a perseguição
e falta de liberdade deste país dito democrático!
A senhora Sigrid Paul deu à luz um filho quando começaram a erguer o
muro, como o seu Filho Torsten nasceu com graves complicações no
estômago teve que recorrer aos familiares da Alemanha Ocidental a
verdadeira República Democrática para ser tratado devidamente. Como
o amaldiçoado muro foi construído muito rápido naquela rua, já não
pode ir buscar o filho, apesar de ter feito muitas reclamações. Só
passados 5 anos é que pôde recuperar o filho, para este filho os
pais eram completamente estranhos!
Esta senhora tal como milhares de outras pessoas, agora com 75 anos
de idade vivem agarrados ao passado trágico, algumas delas das mais
desinibidas vão contando a sua própria história do regime que as
limitou em tudo e a todos.
A senhora Sigrid Paul é hoje a cicerone no centro de detenção. Ela
e o marido foram presos numa manhã quando iam para o seu trabalho,
meteram-nos num carro e seguiram directos à prisão, ninguém se pôde
interpor a estas acções da STASI (policia politica). Foram presos
por terem dado abrigado três estudantes que desejavam passar a
fronteira.
Outra Senhora chamada Erika disse que foi presa quando tinha 14
anos de idade por ter desenhado por brincadeira um laço no bigode
de Estaline numa Fotografia que viu colada num muro.
A StASI não perdoava a mais pequenina coisa que não estivesse de
acordo com este Duro Regime Político. Esta polícia política e
secreta tinha no seu efectivo 91.000 agentes nas ruas e 173.000
informadores ou bufos, à média de um elemento desta polícia por cada
60 habitantes! Tinha o controlo de tudo e de todos. Ninguém sabia
quem eram os polícias e quem eram os vigiados, muito pior que a
PIDE em Portugal! Os habitantes tinham medo uns dos outros. Por
isso,mantinham-se calados politicamente e trabalhar sem qualquer
poder reivindicativo. Os sindicatos tinham por missão controlar os
trabalhadores em todos os aspectos e para os intimar para irem às
manifestações de apoio ao governo, para depois fazerem
reportagens e fotomontagens ampliadas a fim mostrarem ao mundo
que os habitantes estavam satisfeitos com o regime!
A prisão política foi alcunhada de” Submarino “ em Hohenschonhausen,
pelos presos, era uma prisão debaixo da terra onde os prisioneiros
políticos submergiam sem nunca terem a noção do dia ou da noite,
como o mínimo de luz sem puderem contactar uns com os outros.
A prisão política Portuguesa de Peniche tinha débeis condições de
habitabilidade, mas tinha muito melhores condições que a prisão
Submarino da RDA onde os prisioneiros não tinham luz suficiente
nem livros para lerem.
Se Álvaro Cunhal tivesse sido preso politico do regime que ele
tanto defendeu, nunca se teria licenciado em direito nem talvez
conseguisse resistir tais barbaridades, como sucedeu a muitos dos
presos políticos da RDA (Republica Déspota Agressiva) Este é que
devia ter sido o nome oficial!
Consta-se também que 40% dos habitantes da ex-RDA não ficaram
satisfeitos por terem sido integrados na RFA. porque essa grande
percentagem era constituída pelos polícias, políticos e sindicalistas
que perderam as suas óptimas regalias.
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