A
geração filha da ditadura, teve falta de liberdade,
era
pobre com uma permanente austeridade.
Mas
cresceu na contenção, na disciplina, na poupança
e
no saber (os que à escola tinham acesso) Português
e
Matemática.
Esta
geração depois do 25 de Abril, o que sendo bom
para
a adolescência foi mau para a geração.
Enquanto
os mais velhos conheceram dois mundos.
os
que hoje são avós e saem à rua para comemorar
ou
ficam em casa a maldizer o dia em que lhes
aconteceu
uma revolução. Esta nova geração
nasceu
logo num mundo de farra e de festa, num
mundo
de sexo, drogas e rock & roll, num mundo de
aulas
sem faltas e de hooliganismo juvenil em
tudo
semelhante ao das claques futebolísticas mas
sob
cores ideológicas e partidárias. O hedonismo
foi-nos
decretado como filosofia, quando ainda
não
tinham barba nem mamas.
A
grande descoberta desta geração foi a opinião: a
opinião
como princípio e fim de tudo. Não da informação,
do
saber, dos factos, dos números. Não o fazer, o
construir,
o trabalhar, o ajudar.
Veio
com a liberdade, e ainda bem, mas foi
entregue
por decreto a adolescentes e logo misturada
com
laxismo, falta de disciplina, irresponsabilidade e
passagens
administrativas.
Creio
que esta geração é a geração do
“eu acho”. É a
que
tem controlado o poder. Dos media. e dos
empresários
do parecer – mas não do fazer.
É
uma geração que apenas teve sonhos de desfrute
ao
contrário da outra que sonhou com a liberdade,
o
desenvolvimento e a cidadania. É uma geração
com
biblioteca só para embelezar,com muitas RGAS
e
café. É uma geração de amigos e
conhecidos
e compinchas e
companheiros de copos e de praia.
É
a geração de uma adolescência sem fim
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