Um jovem noviço chegou ao mosteiro de Alcobaça, logo
lhe deram a tarefa de
ajudar os outros monges a transcrever
os antigos cânones e regras da Igreja.
Ele se surpreendeu ao ver que os monges faziam o seu
trabalho, copiando a partir de cópias e não dos manuscritos
originais.
Foi falar com o velho Abade e comentou que, se
alguém cometesse um erro na
primeira cópia, esse erro se
propagaria em todas as cópias posteriores. O
Abade
respondeu-lhe que sempre fizeram assim, há séculos
copiavam da cópia
anterior, na verdade desde o início da
Igreja, para poupar os originais.
Mas admitiu que achava interessante a
observação do
noviço.
Na manhã seguinte, o Abade desceu até às profundezas do
porão do mosteiro, onde eram conservados os manuscritos
e pergaminhos
originais, intactos e com a poeira de muitos
séculos... Pois passou-se a
manhã, a tarde e a noite, e
ninguém mais vira o Abade. O último que o vira
informou
que ele estava indo em direção ao porão. Preocupados, o
jovem noviço
e mais alguns monges decidiram procurá-lo.
Nos labirintos do mais profundo e frio compartimento do
porão, encontraram o
velho Abade completamente
descontrolado, tresloucado, olhos
esbugalhados, espumando
e com as vestes rasgadas, batendo com a cabeça já
ensanguentada nos veneráveis muros do mosteiro.
Apavorado, o monge mais velho da turma de busca
perguntou:
- Mas, Abade, pelo amor de Deus, o que aconteceu? - IMBECIL! IMBECIL! IMBECIL o primeiro copista!
Desgraçado, que arda no Inferno! CARIDADE! . era
CARIDADE! Eram
votos de "CARIDADE" que tínhamos
que fazer... e não de
"CASTIDADE"!... E no meu tempo
tínhamos tantas freiras bonitas!...
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segunda-feira, 4 de maio de 2015
O erro da cópia da cópia
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