quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Filho da p.ta

 Num tribunal em Lisboa.                  
Umas das histórias judiciais que ficaram célebres, na primeira
 metade do século XX, teve a ver com a defesa de um arguido
acusado de chamar "filho da puta" ao ofendido, expressão que,
na altura, era considerada altamente ofensiva.
Nas sua alegações, o escritor e advogado Ramada Curto
começou por chamar a atenção do juiz para o facto de muitas
vezes se utilizar essa expressão em termos elogiosos ("Ganda
filho da puta, és o melhor de todos !") ou carinhosos ("Dá cá um
abraço, meu grande filho da puta !"), tendo concluido as suas
alegações da seguinte forma :
"E até aposto que, neste momento, V. Exa. está a pensar o
seguinte:
'Olhem lá do que este filho da puta não se havia de ter lembrado
 só para safar o seu cliente !' . . .".
Chegada a hora da sentença, o juiz vira-se para o réu e diz :
"O senhor está absolvido, mas bem pode agradecer ao  ganda filho 
da puta do seu advogado".

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