O IDEALIZADOR DO MURO
Ninguém desejava uma muralha de pedra
e concreto armado mais do
que Walter Ulbricht, o chefe de
Estado da República Democrática
Alemã (RDA) Ou melhor ( Républica Déspota Alemâ) Ele precisava
dela para impedir o
êxodo de milhares de pessoas que detestavam
este regime e queriam ir para o outro Estado alemão, a
República
Federal da Alemanha.
A União Soviética não apoiou de início da
construção do Muro de
Berlim, em 13 de agosto de 1961
TANQUES CARA A CARA
Nas semanas que se seguiram à
construção do Muro de Berlim, a
Guerra Fria atingiu um dos seus momentos mais
dramáticos.
A tensão entre os EUA e a União Soviética
podia ser vista claramente
no posto de controle da rua Friedrich, o
chamado Checkpoint Charlie,
no centro de Berlim: tanques americanos e
soviéticos permaneceram
durante dias, frente a frente, à espera de um
comando de ação militar.
UMA FORTALEZA
Partes do Muro de Berlim tinham o
aspecto de uma verdadeira
fortaleza para intimidar os alemães orientais.
Tinha uma pista para o transporte de
soldados e guarita para controlar
as ocorrências nos dois lados da linha divisória.
Além da muralha,
uma terra de ninguém' com campo minado e cerca de
arame farpado
impedia o acesso ao Muro, no lado oriental.
KENNEDY VISITA O MURO
Em junho de 1963, quase dois anos
depois da construção do Muro,
o presidente norte-americano John F. Kennedy
visitou Berlim para
informar-se sobre a divisão da cidade.
Acompanhado pelo então
prefeito Willy Brandt, Kennedy foi aclamado
pela população
O SÍMBOLO ISOLADO
O símbolo arquitetônico de Berlim, o
Portão de Brandemburgo, ficou
inteiramente isolado com a construção do Muro.
O acesso a ele só
era possível a partir do lado oriental da
cidade, ficando reservado
às autoridades policiais, militares e aos
próceres do regime comunista.
Hoje, a área circunvizinha do Portão
de Brandemburgo é novamente
uma das mais movimentadas e
freqüentadas da capital alemã.
PEDRA SOBRE PEDRA
Depois do fechamento das ruas de
Berlim, selando a divisão da cidade
a partir de 13 de agosto de 1961, o governo
comunista da Alemanha
Oriental ordenou a construção do Muro.
Vigiados de perto pelos
soldados do chamado Exército Popular Nacional
(NVA), os operários
demoliram os prédios localizados na
linha divisória, construindo uma
muralha e um campo minado em seu lugar.
HORA DA OPÇÃO
No dia 15 de agosto de 1961, o
soldado alemão-oriental Conrad
Schumann foi destacado para controlar
a linha divisória na rua
Bernauer, marcada por arames farpados, pois o Muro ainda
não
estava pronto.
Schumann viu chegar assim o seu momento de
opção: jogou fora
o fuzil e pulou sobre o arame
farpado, passando para o lado ocidental.
A cena foi presenciada – e fotografada – por
jornalistas que
acompanhavam o desenrolar dos acontecimentos
em Berlim.
A MORTE JUNTO AO MURO
Muitas cenas espetaculares de fuga acompanharam
o Muro de Berlim
em toda a sua história. Algumas com final feliz, mas centenas de
pessoas que queseram fugir à repressão e probreza~tiveram um
desfecho trágico.
Mas aquele regime era muito elogiado pelos comunistas europeus em
especial pelos comunistas portugueses e franceses. Por que os
espanhóis e italianos não concordavam com aquela grande repressão
ao povo.
Estes factos veridicos são os paradoxos dos regimes politicos..
A primeira vítima fatal foi
o jovem Peter Fechter, em 17 de
agosto de 1962. Atingido pelos disparos da
guarda de fronteiras
da RDA, Fechter agonizou durante 50 minutos na
chamada 'terra
de ninguém', falecendo pouco depois de ser
recolhido pela polícia
alemã oriental.
A última oportunidade
No dia em que foi iniciada a divisão
de Berlim, o domingo 13 de
agosto de 1961, e nos dias subsequentes
registraram-se cenas
dramáticas como a de uma mulher tenta
saltar da janela de
uma casa do lado oriental para fugir para a
parte ocidental de Berlim.
Um policial tenta puxá-la de volta, enquanto
berlinenses ocidentais
procuram apoiá-la na fuga, que acaba obtendo
êxito. Nas semanas
seguintes, esta casa – como outras na linha
fronteiriça – foi demolida,
abrindo espaço para a construção do Muro.
FUGA COM UM BALÃO
Na noite de 16 para 17 de setembro de
1979, duas famílias da
Alemanha Oriental lograram uma fuga
sensacional. Os casais Strelzik
e Wetzel, com seus quatro filhos em idade
entre dois e 15 anos,
conseguiram cruzar a fronteira em direção à
Alemanha Federal a
bordo de um balão de ar quente, que eles
próprios construíram às
escondidas, durante meses de trabalho. O balão
pousou de
madrugada em Naila, na Baviera, sem
chamar a atenção dos guardas
de fronteira.
PROPAGANDA DOS DOIS LADOS
Em outubro de 1964, foi posto um
cartaz (à esq.) no lado oriental de
Berlim com os dizeres: 'Acordos sobre
salvo-condutos são melhores
que provocações'. Poucos dias depois, foi
afixada nas proximidades
a resposta ocidental: 'O Muro
continuará sendo uma provocação,
mesmo com salvo-condutos!'.
PLATAFORMA PARA PICHAÇÕES
Em toda a sua extensão, o Muro de
Berlim tornou-se uma plataforma
de pichações no lado ocidental. Com lemas
políticos ou meros
desenhos, milhares de berlinenses e de
turistas lançaram mão dos
aerossóis para deixar uma mensagem colorida
sobre o concreto.
Como a profecia de que 'Berlim ficará livre do Muro'.
A FESTA FINAL
Com a presença do convidado especial
– o chefe de Estado e de
partido da União Soviética, Mikhail
Gorbachev – foi comemorado
no dia 7 de outubro de 1989 o 40º aniversário
da República
Democrática Alemã. Para irritação da liderança
comunista da RDA,
Gorbachev advertiu para a urgência de reformas
no país.
O FIM DE UMA CARREIRA
Poucas semanas após as festividades
comemorativas do 40º
aniversário da República Democrática Alemã, o
chefe de Estado e
de partido Erich Honecker foi
destituído de todas as suas funções.
A pressão dos protestos populares e as fugas
em massa da RDA
fizeram com que os comunistas mais velhos
ainda tentassem salvar
o regime, depondo a liderança conservadora. A
rebelião palaciana
não trouxe o efeito desejado: os protestos
continuaram, culminando
com a queda do Muro de Berlim.
A CONFUSÃO HISTÓRICA
Durante uma entrevista coletiva no
dia 9 de novembro de 1989, o
jornalista e membro do politburo do SED –
Partido Socialista
Unificado – Günter Schabowski, interpretou
erroneamente um
comunicado oficial do governo da Alemanha
Oriental, anunciando a
abertura das fronteiras entre as duas partes
da Alemanha. Poucas
horas depois, a pressão popular fez com que a
guarda de fronteiras
da RDA abrisse o Muro de Berlim.
A DANÇA SOBRE O MURO
No dia 10 de novembro de 1989,
berlinenses orientais e ocidentais
confraternizaram-se com uma verdadeira dança
sobre o Muro,
que deixara de ser uma barreira desde
a noite anterior. Ao fundo,
o Portão de Brandemburgo – o símbolo
de Berlim. Com as fronteiras
abertas, milhares de cidadãos alemães
orientais foram
imediatamente à parte ocidental da Alemanha,
para fazer compras,
visitar parentes e amigos ou simplesmente para
satisfazer a
curiosidade pessoal.
OS 'PICA-PAUS' DO MURO
Depois do dia 9 de novembro de 1989
foi apenas uma questão de
meses até que o Muro desapaorecesse
inteiramente da paisagem
de Berlim. Ficaram famosos na épca os chamados
'pica-paus' do
Muro: berlinenses e turistas que, armados de
martelo e cunha,
arrancaram pedaços da muralha para
guardar de lembrança.
Por muito tempo, lojas de souvenires
em Berlim ofereceram
lascas de concreto com um duvidoso
'certificado de autenticidade'.
RDA É HOJE PURA NOSTALGIA
Diante do Museu de Checkpoint Charlie
e fantasiado de guarda
de fronteira da RDA, o berlinense
Wolfgang Kolditz carimba – com
um carimbo postal original da Alemanha
comunista – os cartões e
lembranças comprados pelos turistas, dez anos
após a queda do
Muro. Naquele local esteve o mais famoso posto
de controle,
conhecido em todo o mundo através de inúmeros
filmes sobre
espionagem da Guerra fria entre O pacto da
Varsóvia liderado
pelos ruossos
e a Nato liderada pelos americanos