que se tornam populares e se perpetuam-se no
tempo.
E muitas vezes, o uso dessas expressões não
expressa a
realidade dos factos ou induz a confusões sobre
o carácter
e a personalidade de um povo inteiro. É o caso
da
expressão italiana Fare il
portoghese.
Esta expressão “Fare ll portoghese”
(Passar por português/
fazer de português) é um ditado italiano. Hoje
em dia não
é muito utilizado, mas a maioria dos italianos
conhece dita
expressão... mas não conhece a verdadeira
razão da
existência de tal ditado. É uma expressão em nada
simpática, sobretudo porque utiliza
como adjectivo uma
nacionalidade, e neste caso a nossa.
“Fare il Portoghese” serve
para referir-se aquelas pessoas
que entram sem pagar em espectáculos,
autocarros etc.,
isto é, uma forma do chamado “desenrascar”,
tão cara a
nós Portugueses...mas também Espanhóis, Italianos, Gregos.
latinos, mediterrânicos e todos os povos periféricos
ou do
sul do mundo...
A origem desta designação é
engraçada. Começou há
496 anos e não é nada desprestigiante
para os portugueses.
Pelo contrário.
Com os Descobrimentos, chegavam a
Portugal especiarias,
ouro, pérolas, madeiras e pedras preciosas
vindos de
África e do Oriente.
África e do Oriente.
Chegavam também animais exóticos
nunca vistos na
Europa.
Para homenagear e impressionar o
recém-eleito Papa
Leão X, D. Manuel I enviou uma embaixada com ofertas
de jóias, macacos, papagaios,cavalos persas, uma pantera,
leopardos, um rinoceronte (que morreu pelo caminho) e
até um elefante
coberto com um pano de veludo e com um
cofre em
cima do dorso.
No dia 12 de Março de 1514 chegava a
Roma uma fabulosa
embaixada e o Papa em sinal de
reconhecimento, deu
ordem para que os portugueses
tivessem entrada livre
em todas as festas que se realizassem.
O que aconteceu então, foi que os Romanos para
poderem
entrar sem pagar diziam “io sono portoghese”
e assim
ficámos nós até hoje com esta fama...
A impressão com que se fica,
entretanto, é que com o
passar do tempo a história verdadeira
foi se perdendo e
quando se usa a expressão parece que se está a
falar
mal dos portugueses, como se eles fossem caloteiros
ou de pouca confiança, mas é
totalmente o oposto!
Os italianos romanos ”armavam-se chicos
espertos” (i furbi ), como se diz em
italiano.