sexta-feira, 17 de junho de 2022

 

RECEITA INFALÍVEL

 Meu tio Tonico estava bem de saúde, até

que sua esposa, minha tia Marocas,

a pedido de sua filha, minha prima

 Totinha, disse:

-Tio, vai fazer 70 anos, está na hora

de fazer um check-up com o médico.

- Para quê ? Estou me sentindo muito bem!

-Porque a prevenção deve ser feito agora,

quando você ainda se sente jovem,

Então meu tio Tonico foi  consultar um médico.

O médico, sabiamente, mandou-o
fazer testes e análises de tudo o que poderia

ser feito para que o plano de saúde cobrisse.

Duas semanas mais tarde, o médico disse

que os resultados estavam podiam melhorar.

 Então receitou:

Comprimidos Atorvastatina para o colesterol

Losartan para o coração e hipertensão,

Metformina para evitar diabetes,

Polivitaminas para aumentar as defesas.

Norvastatina para a pressão,

Desloratadina em alergia.

Como eram muitos medicamentos, tinha

que proteger o estômago, então
ele indicou Omeprazol e um diurético para

os inchaços.

Meu tio Tonico foi à farmácia e gastou metade

da sua reforma em várias caixas requintadas

 de cores sortidas.

Nessa altura, como ele não conseguia se

lembrar se os comprimidos verdes para a

alergia deviam ser tomados antes ou depois

das cápsulas
para o estômago e se devia tomar as amarelas

 para o coração antes ou
depois das refeições, voltou ao médico.

Este lhe deu uma caixinha com
várias divisões, mas achou que titio estava

tenso e algo contrariado.
Receitou-lhe, então, Alprazolam e Sucedal

para dormir.

Naquela tarde, quando ele entrou na farmácia

 com as receitas, o farmacêutico e seus

funcionários fizeram uma fila dupla para ele
passar através do meio, enquanto eles

 aplaudiam.

Meu tio, em vez de melhorar, foi piorando.

Ele tinha todos os remédios num armário

da cozinha e quase já não saia mais de casa,

porque passava praticamente todo o dia a

 tomar as pílulas.

Dias depois, o laboratório fabricante de vários

 dos remédios que ele
usava, deu-lhe um cartão de “Cliente

 Preferencial”, um termômetro, um
frasco estéril para análise de urina e lápis

 com o logotipo da farmácia.

Meu tio deu azar e pegou um resfriado.

Minha tia Marocas, como de
costume, o fez ir para a cama, mas, desta

vez, além do chá com mel,
chamou também o médico.

Ele disse que não era nada, mas prescreveu

Tapsin para tomar durante o
dia e Sanigrip com Efedrina para tomar à noite.

Como estava com uma
pequena taquicardia, receitou Atenolol e um

antibiótico, 1 g de Amoxicilina. A cada 12 horas,

durante 10 dias.

 Apareceram fungos e
herpes, e ele receitou Fluconol com Zovirax.

Para piorar a situação, Tio Tonico começou a

 ler as bulas de todos os
medicamentos que tomava, e ele ficou sabendo

 todas as contraindicações, advertências, p

recauções,

reações adversas, efeitos colaterais e interacções

 médicas.

Leu coisas terríveis. Não só poderia morrer

mas poderia ter também arritmias ventriculares,

sangramento anormal,náuseas, hipertensão,
insuficiência renal, paralisia, cólicas abdominais,

 alterações do estado mental e um monte de

coisas terríveis.

Com medo de morrer, chamou o médico, que

disse para não se preocupar com essas coisas,

 porque os laboratórios só colocavam para se

isentarde culpa.

- Calma, tio Tonico, não fique aflito, disse o

 médico, enquanto prescrevia uma nova receita

com um antidepressivo Sertralina com
Rivotril 100 mg. E como titio estava com dor

nas articulações deu Diclofenac.

Nessa altura, sempre que o meu tio recebia

a aposentadoria, ia direto
para a farmácia, onde já tinha sido eleito

 cliente VIP.

Chegou um momento em que o dia do pobre

do meu tio Tonico não tinha horas suficientes

para tomar todas as pílulas,

 portanto, já não dormia, apesar das cápsulas

 para a insônia que haviam sido prescritas.

Ficou tão ruim que um dia, conforme já

advertido nas bulas dos remédios, morreu.

No funeral tinha muita gente mas quem mais

chorava era o farmacêutico.


quinta-feira, 16 de junho de 2022

 

 

 

CURTO, BONITO E SÁBIO.

Conta-se que no século passado, um turista

 americano foi à cidade do Cairo no Egito,

com o objetivo de visitar um famoso sábio.

O turista ficou surpreso ao ver que o sábio

morava num quartinho muito simples e

cheio de livros. As únicas peças de mobília

 eram uma cama, uma mesa e um banco.

- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa olhou ao seu redor e

perguntou também:
- E onde estão os seus...?
- Os meus?! Surpreendeu-se o turista.

- Mas estou aqui só de passagem!
- Eu também...

"A vida na Terra é somente uma passagem...

 No entanto, alguns vivem como se fossem

 ficar aqui eternamente, e esquecem-se de

ser felizes." concluiu o sábio.

NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO

 POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL...

SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO

POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA.

O tempo é como um rio. Você nunca poderá

tocar na mesma água duas vezes, porque a

 água que já passou, nunca passará novamente.
Aproveite cada minuto de sua vida e lembre-se:

 Nunca busque boas aparências, porque elas

mudam com o tempo. Não procure pessoas

perfeitas, porque elas não existem. Mas busque

 acima de tudo, um alguém que saiba o seu

verdadeiro valor.
Tenham 4 amores: Deus, A vida, a família e os

amigos.Deus porque é o dono da vida, A vida

porque é curta, a família porque é única e os

amigos porque são raros!

 

 

 

Um Conto bem pertinente, para o momento

 actual!

A Peste ia a caminho de Bagdad quando

encontrou Nasrudin. 

Este perguntou-lhe:
- Aonde vais?
A Peste respondeu-lhe:
- A Bagdad, matar dez mil pessoas.
Depois de um tempo, a Peste voltou a

encontrar-se com Nasrudin. Muito zangado,

o mullah disse-lhe:
- Mentiste-me. Disseste que matarias dez

mil pessoas e mataste cem mil.

E a Peste respondeu-lhe:
- Eu não menti, matei dez mil. 

O resto morreu de medo.
O medo é uma vibração de menos amor, da

 Mesma forma que a sombra é menos luz. 

O medo coloca-nos num estado vibracional

que nos fragiliza muito, tornando-nos muito

 susceptíveis a diversos males, inclusive doenças.

Neste momento de pandemia global, precisamos

ficar bem atentos quanto aos conteúdos com os

quais alimentamos a nossa mente.

Procure manter-se numa vibração de optimismo,

esperança, solidariedade e fé, alimentando seu

espírito com pensamentos e mensagens positivas.

Por outro lado, afaste-se das fofocas, dos

alarmismos,da compulsão por buscar muitas

 informações que só fazem colocar mais lenha na

 fogueira do medo.

O momento pede silêncio, pede introspecção.

 E é por isso que o momento nunca foi tão favorável

 para a cura de tudo aquilo que nos impede de

manifestar a nossa verdadeira essência: o amor

 incondicional".
Prof. Júlio Machado Vaz

Dizer mal do que não conhece

Uma cabeleireira invejosa que residia numa

 tosca aldeia de onde nunca  tinha saído. 

Ela só sabia dizer mal mesmo daquilo que

 desconhecia. Mas sua cliente trouxe-lhe a

 resposta. 

Sandra foi cortar o cabelo simples salão 

de cabeleireira que freqüentava há mais de

 vinte anos.

- A Menina parece estar ansiosa!...

 -Vou para Itália amanhã!

- Itália?- perguntou a cabeleireira
-Com tanto lugar bom para ir, Tu vai

 para Itália?
- É, eu vou pela Alitalia.
- Porcaria, a pior companhia de aviação

 do mundo. Vai para que cidade?
- Roma..
- Que merda! Cidadezinha feia! Vai se

 hospedar aonde?
- No Hotel Hilton.
-  Aquilo é o maior espelunca da Italia!

 Vai ver o papa?
- Claro!
- Programinha de Índio, hein! Milhões

 De pessoas se acotovelando só para ver

o papa.

Sandra saiu do salão injuriada.

No dia seguinte, viajou e curtiu a viagem,

que foi óptima. Logo que voltou, fez questão

 de voltar ao salão.
- E como foi a viagem? Perguntou a cabeleireira.
- Você não sabe o que me aconteceu.

Eu estava lá no Vaticano tentando ver o papa. Logo

 que o papa chegou na sacada, ele olhou para

multidão e desceu. Saiu de lá e começou a andar

 na minha direção. Foi se aproximando de mim

cada vez mais.
Quando o Papa chegou bem pertinho, falou um

 pouco no meu ouvido. Só para mim!
- E o que o papa falou para você?
- Cabelinho tão mal cortado, hein, minha filha?

 QUE MERDA DE CABELEIREIRA  É  A TUA!

 

Relatos de uma professora que lecionou nos anos1950

 Quando os alunos lhe pediam papel hiénico

 para limpar o rabo e roupa usada. Um dos textos

que lhe custou a  escrever e por isso tem mais

lágrimas do que palavras.
Estávamos ainda no século XX, no longínquo

ano de 1955 quando a vida me deu oportunidade

de cumprir um dos meus sonhos: ser professora.

Dei comigo numa escola masculina, ali muito

Próximo do rio Sabor. Muito longe, da minha casa,

em Mirandela, eu era ainda uma menina

da cidade com algum mimo, muitas rosas na alma,

 e tinha apenas 19 anos. Nada me fazia pensar

tanta esperança e tanta alegria me trariam tanta

 vida e tantas lágrimas. Os meninos afinal eram

homens com calos nas mãos, pés descalços e um

pedaço de pao no bolso das calças remendadas.

As meninas eram mulheres de tranças feitas ao

 domingo de manhã antes da missa, de saias de

cotim, braços cansados de dar colo aos irmãos

mais novos, e de rodilha na cabeça para aguentar

 o peso dos alguidares de roupa para lavar no rio

 ou dos molhos de erva para alimentar o gado.
As mães eram mulheres sobretudo boas

eugenéticas que davam origem a grandes prole ,

 gente que trabalhava de sol a sol e até de noite a

 de noite durante o inverno.

Alguns casais esperavam a sorte de alguém

levar uma das suas cachopas para a cidade,

 “servir” para casa de gente de posses. Seria

 menos uma malga de caldo para encher e uns

tostões que chegavam pelo correio, no final de

cada mês.
Os homens eram jornaleiros ganhavam 15 escudos

 por dia que correspondem hoje a sete centimos do

euro. Os homens serviam-se das suas mulhers

 pela madrugada, mesmo que fosse no aido das

 vacas enquanto os filhos dormiam

(quatro em cada enxerga), cultivavam as leiras

que tinham ao redor da casa, ou perto do rio e

nos dias de invernia, entre um jogo de sueca

e duas malgas de vinho que na venda fiavam

até receberem a féria, conseguiam dar ao seu

dia mais que as 24 horas que realmente ele

tinha. Filhos, eram coisas de mães e quando

corriam pró torto era o cinto das calças do pai

 que “inducava” … e a mãe também “provava

 da isca” para não dizer amém com eles…E os

filhos faziam-se gente.
E era uma festa quando começavam a ler as

letras gordas dum velho pedaço de jornal

 pendurado no prego onde penduravam os

 casacos…

o menino já lia.. ai que ele é tão fino… se deus

 quiser, vai ser um homem e ter uma profissão!
Ai como a escola e a professora eram coisas

tão importantes!
A escola que ia até aos mais remotos lugares,

 ao encontro das crianças que afinal até nem

tinham nascido crianças…eram apenas mais

braços para trabalhar, mais futuro para os pais

em fim de vida, mais gente para desbravar os

 todos os terrenos, mais vozes para cantar

em tempo de colheitas.
E os meninos ensinaram-me a ser gente, a

lutar por eles, a amanhar os peixes do rio sabor,

 a grelhar o sável nas pedras do rio aquecidas

 pelas brasas, a rir de pequenas coisas, a sonhar

com um país diferente, a saber que ler e

escrever e pensar não é coisa para ricos

 mas para todos.
E por lá vivi e cresci durante três anos e por

 lá fiz amigos e por lá semeei algumas flores

 que trazia na alma inquieta de jovem que

 julgava conseguir fazer um mundo menos

desigual.
E é deste povo que tenho saudades. O povo

que lutou sem armas, que voou sem asas,

que escreveu páginas de Portugal sem saber

as letras do seu próprio nome.
Hoje, o povo navega na internet, sabe a marca

e os preços dos carros topo de gama, sabe os

nomes de quem nos saqueia a vida e suga o

sangue, mas é neles que vai votando enquanto

continua á espera de um milagre de Fátima,

duns trocos que os velhos guardaram, do dia

 das eleições para ir passear e comer fora, de

 saber se o jogador de futebol se zangou com

a gaja que tinha comprado com os seus milhões,

 e é claro de ver um filmezito escaldante para

aquecer a sua relação que estava há tempos

no congelador.
As escolas fecharam-se, os professores foram

quase todos trocados por gente que vende

aulas aqui, ali e acolá, os papás são todos

doutores da mula russa e sabem todas as

técnicas de educação mas deseducam os

seus génios, os pequenos /grandes ditadores

que até são seus filhinhos e o país tornou-se

 um fabuloso manicómio onde os finórios são

 felizes e os burros comem palha e esperam

pelo dia do abate.
Sabem que mais?!
Ainda vejo as letras enormes escritas no

 quadro preto da escola masculina, ao final

 da tarde de sábado, por moços de doze e

treze anos com estes dois pedidos que me

 faziam: “Professora vá devagar que a estrada

 é ruim, e não se esqueça de trazer na

 segunda-feira, papel macio pró rabo e roupa

boa dos seus sobrinhos prá gente”.
Esta gente foi a gente com quem me fiz gente.
Hoje, não há gente… é tudo transgénico .
O povo adormeceu à sombra do muro da eira

que construiu mas os senhores do mundo

estão acordadinhos e atentos,

escarrapachados nos seus solários

 “badalhocamente” ricos e extraordinariamente

 felizes porque inventaram máquinas e

reinventaram novos escravos.
Dizem que já estamos no século XXI...”