domingo, 6 de outubro de 2024

E s c r i t o  p o r  u m a  B r a s i l e i r a


Esta Senhora faz um grande elogio a Portugal. 

Por isso,decidi publicar num dos meus blogues):

Ruth Manus, é advogada e professora universitária

e escreve um blogue num Jornal de S. Paulo

Dentre as coisas que mais detesto, duas podem ser

destacadas: Ingratidão e pessimismo.

Sou incuravelmente grata e otimista e, comemorando

quase 2 anos em Lisboa, sinto que devo a Portugal o

reconhecimento de coisas incríveis que existem aqui,

 embora me pareça que muitos nem percebam.

Não estou dizendo que Portugal seja perfeito.

Nenhum lugar é. Nem os portugueses são, nem os

 brasileiros, nem os alemães, nem ninguém.

Mas para olharmos defeitos e pontos negativos 

basta abrir qualquer jornal, como fazemos

 diariamente.

Mas acredito que Portugal tenha certas características

nas quais o mundo inteiro deveria inspirar-se.

Para começo de conversa, o mundo deveria aprender 

a cozinhar com os portugueses.

Os franceses aprenderiam que aqueles pratos com

 Porções minúsculas não alegram ninguém.

Os alemães descobririam outros acompanhamentos

além da batata.

Os ingleses aprenderiam tudo do zero.

Bacalhau e pastel de nata?

Não. Estamos falando de muito mais.

Arroz de pato, arroz de polvo, alheira, peixe fresco

grelhado, ameijoas, plumas de porco preto, grelos

salteados, arroz de tomate, baba de camelo, arroz

 doce, ovos moles.

Mais do que isso, o mundo deveria aprender a se

relacionar com a terra como os portugueses se 

relacionam.

Conhecer a época das cerejas, das castanhas e da

 vindima.

Saber que o porco é alentejano, que o vinho do 

Porto é do Douro.

Talvez o pequeno território permita que os 

portugueses conheçam melhor o trajeto dos alimentos

 até a sua mesa, diferente do que ocorre, por exemplo,

 no Brasil.

O mundo deveria saber ligar a terra à família e à

 história como os portugueses.

A história da quinta do avô, as origens transmontanas 

da amília, as receitas típicas da aldeia onde nasceu 

a avó.

O mundo não deveria deixar o passado escoar tão

rapidamente por entre os dedos.

E se alguns dizem que Portugal vive do passado, eu 

tenho certeza de que é isso o que os faz ter raízes tão

 fundas e fortes. O mundo deveria ter o balanço entre

 a rigidez e afeto que têm os portugueses.

De nada adiantam a simpatia e o carisma brasileiros 

se eles nos impedem de agir com a seriedade e a 

firmeza que determinados assuntos exigem.

O deputado Jair Bolsonaro, que defende ideias piores

 que as de Donald Trump, emergiu como piada e hoje

 se fortalece como descuido no nosso cenário político.

Nem Bolsonaro nem Trump passariam em Portugal.

Os portugueses - de direita ou de esquerda - não riem 

desse tipo de figura, nem permitem que elas floresçam.

Ao mesmo tempo, de nada adianta o rigor japonês que a

Caba em suicídio, nem a frieza nórdica que resulta na

 ausência de vínculos.

Os portugueses são dos poucos povos que sabem dosar

rigideze afeto, acidez e doçura, buscando sempre a

 medida correta de cada elemento, ainda que de forma

 inconsciente.

Todo país do mundo deveria ter uma data como o 25 de

abril para celebrar.

Se o Brasil tivesse definido uma data para celebrar o

 fim da ditadura, talvez não observássemos com tanta

 dor a fragilidade da nossa democracia.

Todo país deveria fixar o que é passado e o que é futuro

Através de datas como essa.

Todo idioma deveria conter afeto nas palavras 

corriqueiras como o português de Portugal 

transporta.

Gosto de ser chamada de “ miúda“.

Gosto de ver os meninos brincando e ouvir seus

 pais chama-los carinhosamente de “ putos “.

Gosto do uso constante de diminutivos.

Gosto de ouvir “magoei-te?” quando alguém pisa no

 meu pé.

Gosto do uso das palavras de forma doce.

O mundo deveria aprender a ter modéstia como os

 portugueses, embora os portugueses devessem ter

mais orgulho desse seu país do que costumam ter.

Portugal usa suas melhores características para

aproximar as pessoas, não para afastá-las.

A arrogância que impera em tantos países europeus,

passa bem longe dos portugueses.

O mundo deveria saber olhar para dentro e para

 fora como Portugal sabe.

Portugal não vive centrado em si próprio como 

fazem os franceses e o norte americanos.

Por outro lado, não ignora importantes questões 

internas, priorizando o que vem de fora, como ocorre 

com tantos países colonizados.

Portugal é um país muito mais equilibrado do que a

média e é muito maior do que parece.

Acho que o mundo seria melhor se fosse um 

pouquinho mais parecido com Portugal.

Essa sorte, pelo menos, nós brasileiros tivemos. 

 

O potomaníaco ou muito

 enófilo

 

José Martins era um homem rurígena e

rurícola de uma freguesia do Nordeste 

Transmontano, mais precisamente da

 região do Vale da Vilariça, do Concelho

de Vila Flor.

Ele era um dos que seguia à risca as 

doutrinas de “Baco” .

Era um homem dos mais conhecidos nas

 freguesias nas redondezas. Alguns 

coetâneossó o conheciam pelo nickname 

“Zé da Pinga”.

Ele depois de reformado, passava parte

 do seu tempo livre nas tabernas e bares

 das povoações mais próximas e da sua.

Um dia, quando acordou e sentiu-se muito

 mal do estomago.

Resolveu ir ao médico. Logo que chegou,

 o iatro fez alguns exames e, depois,

falou com ele  a sério, sobre os malefícios

 do álcool.

- José, nota-se, que senhor tem abusado 

demais da bebida vinícola, o vinho é bom,

 mas quando se bebe exageradamente

faz mal à saúde!

O senhor  está a fazer alguma enoterapia

 ou bebe para esquecer algum desgosto?

 -Não é nada disso doutor, e também não

 abuso do meu liquido preferido, eu nunca 

abusarei quem eu tanto gosto?

E o técnico de saúde continua:

-Não brinque com isso, José! O seu

fígado está um pouco abalado! 

O senhor precisa parar de beber 

para deixar o seu fígado regenerar-se. 

-Doutor... Então, dê-me um remédio

 qualquer para ficar tudo em ordem.

 - O melhor remédio para o senhor é...

parar de beber. 

-José, nem pensar nessa hipótese e dá 

uma risada!... Puxa, doutor!

A medicina está tão avançada, não

tem outra forma?

Então o clínico tem uma ideia:

 -Vamos fazer um acordo: o senhor pára

de beber durante quatro meses, fazemos

depois  um novo exame e conversamos

sobre o beber moderadamente. O que o

 senhor acha?

 - E nesses quatro meses eu vou beber

o quê?  Pergunta José, indignado.

- O senhor vai beber leite! É um bom

 tratamento.

- Leite? Outra vez?

 - Como assim? O senhor já fez alguma 

lacteoterapia ?

E José responde:

- Não compreendo o que significa essa

 palavra. Mas eu só bebi leite nos

 primeiros seis meses da minha vida.

- Sim... Nos primeiros meses de vida!

Leite doutor, esse liquido é para os

urbígenas e urbícolas que são

ergófobos ou melhor não gostam de

 trabalhar.

Mas os camponeses como eu, têm

 que comer e beber bem para aguentar

as árduas tarefas do campo.

 

Soneto dedicado a S.R.F.M.G.

 

É mulher com educação esmerada

Foi boa filha, boa esposa e boa mãe

São virtudes que pouca gente tem

Pela família foi sempre muita amada

 

Quando a ferem na sua sensibilidade

Reage sempre com muita moderação

O Insolente fica estupefato sem vontade

De repetir os seus ditos de provocação

 

Mulher muito sóbria nas suas atitudes

Tenta sempre nunca ofender ninguém

Vêm-se muito poucas com estas virtudes

 

Pois, é raro encontrá-las com tal postura

Qualidades que poucas mulheres têm

Amiga do seu amigo (a) sem impostura