O potomaníaco ou muito
enófilo
José Martins era um
homem rurígena e
rurícola de uma freguesia do Nordeste
Transmontano, mais precisamente da
região do Vale da Vilariça, do Concelho
de Vila Flor.
Ele era um dos que seguia à risca as
doutrinas de “Baco” .
Era um homem dos mais conhecidos nas
freguesias nas redondezas. Alguns
coetâneossó o conheciam pelo nickname
“Zé da Pinga”.
Ele depois de reformado, passava parte
do seu tempo livre nas tabernas e bares
das povoações mais próximas e da sua.
Um dia, quando acordou
e sentiu-se muito
mal do estomago.
Resolveu ir ao médico.
Logo que chegou,
o iatro fez alguns exames e, depois,
falou com ele a sério, sobre os malefícios
do álcool.
- José, nota-se, que senhor tem abusado
demais da bebida vinícola, o vinho é bom,
mas quando se bebe exageradamente
faz mal à saúde!
O senhor está a
fazer alguma enoterapia
ou bebe para esquecer algum desgosto?
-Não é nada disso doutor, e também não
abuso do meu liquido preferido, eu nunca
abusarei quem eu tanto gosto?
E o técnico de saúde
continua:
-Não brinque com isso,
José! O seu
fígado está um pouco abalado!
O senhor precisa parar de beber
para deixar o seu fígado regenerar-se.
-Doutor... Então,
dê-me um remédio
qualquer para ficar tudo em ordem.
- O melhor remédio para o senhor é...
parar de beber.
-José, nem pensar nessa hipótese e dá
uma risada!... Puxa, doutor!
A medicina está tão
avançada, não
tem outra forma?
Então o clínico tem uma
ideia:
-Vamos fazer um acordo: o senhor pára
de beber durante
quatro meses, fazemos
depois um novo exame e conversamos
sobre o beber moderadamente.
O que o
senhor acha?
- E nesses quatro meses eu vou beber
o quê? Pergunta José, indignado.
- O senhor vai beber leite! É um bom
tratamento.
- Leite? Outra vez?
- Como assim? O senhor já fez alguma
lacteoterapia ?
E José responde:
- Não compreendo o que significa essa
palavra. Mas eu só bebi leite nos
primeiros seis meses da minha vida.
- Sim... Nos primeiros
meses de vida!
Leite doutor, esse
liquido é para os
urbígenas e urbícolas
que são
ergófobos ou melhor não
gostam de
trabalhar.
Mas os camponeses como
eu, têm
que comer e beber bem para aguentar
as árduas tarefas do
campo.
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