segunda-feira, 16 de junho de 2014

Onde Deus ocultou a felicidade

Umas das coisas que mais o homem busca
é a felicidade.
E o que mais se ouve as criaturas afirmarem
é que são infelizes.
Esse é infeliz porque não tem dinheiro.
Outro, porque lhe falta saúde, outro ainda,
porque o amor partiu.Ou nem chegou.
Um reclama da solidão .
Outro, da família numerosa que o atormenta
com mil problemas.
Um terceiro aponta o excesso de trabalho aquele 
outro, reclama da falta dele.
Alguém ama a chuva, o vento e o frio.
Outro lamenta a estação invernosa que não lhe 
permite o gozo da praia, dos gelados e do calor do sol.
Em todo esse panorama, o homem continua em busca
 da felicidade.
Afinal, onde será que Deus ocultou a felicidade?
Soberanamente sábio.
Deus não colocou a felicidade no gozo dos prazeres 
carnais.
Isso porque uma criatura precisa de outra criatura
para atingir a sua plenitude.
Assim, quem vivesse só pelos roteiros da terra,
não poderia encontrar a felicidade. Amoroso e bom,
o Pai também não colocou a felicidade na beleza do
 corpo.
Porque ela é efémera.
Os anos passam, as estações se sucedem e a beleza
física toma outra feição.
A pele aveludada, sem rugas, sem manchas, não
resiste ao tempo.
E os conceitos de beleza se modificam no suceder
de gerações.
O que ontem era exaltado, hoje não merece aplausos..
Também não a colocou na conquista dos louros
 humanos, porque tudo isso é igualmente transitório.
Os troféus hoje conquistados, amanhã passarão a 
outras mãos, mostrando a instabilidade dos julgamentos 
e dos conceitos humanos.
Igualmente, Deus não colocou a felicidade na saúde do 
corpo, que hoje se apresenta e amanhã se ausenta.
Enfim, Deus, perfeito em todas as suas qualidades,
não colocou a felicidade em nada que dependesse de 
outra pessoa, de alguma coisa externa, de um tempo
 ou de um lugar.
Estabeleceu, sim, que a felicidade depende 
exclusivamente de cada criatura.
Brota da sua intimidade. Depende de seu interior.
Como ensinou o extraordinário Mestre Galileu:
o reino dos céus está dentro de vós”
Por isso, se faz viável a felicidade na terra.
Goza-a o ser que não coloca condicionamentos
externos para a sua conquista.
É feliz porque ama alguém, mesmo que esse alguém
 não o ame.
É feliz porque pode auxiliar a outrem,
mesmo que não seja reconhecido.
É feliz porque tem consciência de sua condição
de filho de Deus, imortal, herdeiro do universo.
Os planetas que brilham no infinito.
Se tem família, é feliz porque tem pessoas para amar,
guardar, amparar se não a tem, ama a quem se
 apresente carente e desamparado se tem saúde,
utiliza os seus dias para construir o bem.
Se a doença se apresenta, agradece a oportunidade
 do aprendizado.
Nada de fora o perturba, se as pessoas não o entendem,
prossegue na sua lida,consciente de que cada qual 
tem direito às suas próprias ideias.
Se tem um teto, é feliz por poder abrigar o outro irmão,
receber amigos.
Se não o tem, vive com a dignidade de quem está
consciente de que nada, em verdade, nos esperta.
Enfim, o homem feliz é aquele que sabe que a terra é
somente um lugar de passagem.
Que sabe que veio de lugares distantes para cá e que,
cessando o tempo, retornará a outras paragens,
lares de conforto e escolas de luz.
Moradas do Pai, nesse infinito universo de Deus
A verdadeira felicidade reside na conquista dos
tesouros imperecíveis da alma.



Sem comentários:

Enviar um comentário