Os militares já não têm pistola
Os juízes já não têm vara
Os padeiros não têm massa
Os padres já não comem como abades Os relojoeiros andam com a barriga a dar horas. Os talhantes estão feitos ao bife Os criadores de galinhas estão depenados Os pescadores ficam a ver navios Os vendedores de carapaus estão tesos Os vendedores de caranguejo vêem a vida a andar para trás. Os desinfestadores estão piores que uma barata Os fabricantes de cerveja perderam o seu ar imperial Os cabeleireiros arrancam os cabelos Os futebolistas estão a baixar a bolinha Os jardineiros engolem sapos Os cardiologistas estão num aperto Os coveiros vivem pela hora da morte Os sapateiros estão com a pedra no sapato As sapatarias não conseguem descalçar a bota Os sinaleiros estão de mãos a abanar Os golfistas não batem bem da bola Os fabricantes de fios estão de mãos atadas Os coxos já não vivem com uma perna às costas Os cavaleiros perdem as estribeiras Os pedreiros têm martelos fracos Os alfaiates viram as casacas Os almocreves prendem o burro Os pianistas batem na mesma tecla Os pastores procuram o bode expiatório Os pintores carregam nas tintas Os agricultores confundem alhos com bugalhos Os lenhadores não dão galho Os domadores andam maus como as cobras As costureiras não acertam as agulhas Os barbeiros têm as barbas de molho. Os aviadores caem das nuvens Os bebés choram sobre o leite derramado Os olivicultores andam com os azeites Os oftalmologistas fazem vista grossa Os veterinários protestam até que a vaca tussa Os alveitares pensam na morte da bezerra As cozinheiras não têm papas na língua Os trefiladores vão aos arames Os sobrinhos andam "Ó tio, ó tio" Os elefantes andam de trombas
SÓ OS POETAS CONTINUAM COMO
SEMPRE..
TESOS MAS CONTENTES!
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segunda-feira, 8 de setembro de 2014
O que esta crise provoca
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