quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Beneficios do caldo verde

Muita gente sabe que o caldo verde é uma sopa de couve
 portuguesa,  tipicamente  do norte de Portugal Continental,
 mas  muito divulgada por todo o país.
Couve é o  nome genérico que se usa para  descrever uma  
 grande família  de hortaliça  caraterizada  por folhas largas,
esverdeadas e  muito ricas em nervuras, fibra e vitaminas.
 Existe uma variedade de couves:   couve galega, couve
lombarda, couve crespa, couve penca,  couve tronchuda, 
couve bastarda, couve repolho, couve bróculo roxo, couve
bróculo branco e até couve flor!  
Mas a couve preferida para se fazer o caldo verde,  como deve
 ser,  é a couve chamada galega, muito cultivada na Província
do Minho em Portugal.
Na Nova Inglaterra os nossos emigrantes cultivam nos seus
quintais a couve galega,  depois de usar vários truques para
passarem, contra a lei,  na alfândega as sementes desta 
couve preferida. 
 Na América há uma couve semelhante à galega  que  tem o
 nome de: "collards".
Devido  às  temperaturas  negativas as couves  galegas não
se aguentam ao relento durante os meses de inverno e assim
a nossa gente usa um tipo de couve crispada chamada "kale".
 Mas o caldo feito de "Kale" não é genuinamente caldo verde. 
Perde a sua caraterística,  não pelo tipo diferente de couve,
mas sim pelos ingredientes que as cozinheiras  imigrantes
lhe adicionam e que não devem fazer parte da receita do caldo
verde.
Sucede que a composição da "kale soup" é muito complexa:
além da couve ou "kale", leva carne de vaca, carne de porco,
chouriço, ou linguiça, feijão, batata, cenoura, água, sal  e
mais não sei quê. 
Gostosa? Sim, senhor, mas é tão concentrada, é tão forte
que até faz lembrar cimento armado ou entulho!...
Em contrapartida  a receita do caldo verde é muito simples:
água, sal,  batata ralada, couves cortadas  às tiras fininhas,
azeite português  e mais nada!
No entanto há muitas donas de casa que não sabem cozinhar 
o caldo verde como deve ser. 
Não fazem caldo verde para os seus familiares  por que dá
muita maçada a cortar as couves às tiras muito fininhas...
Mas talvez a razão principal seja por  as cozinheiras
portuguesas  na América pensarem que o caldo verde por ter
tantas couves não  tem  nenhum valor nutritivo, não presta
para nada!     
Como estão enganadas,  minhas senhoras!
Se vos disser que de todos os cozinhados tipicamente
portugueses o caldo verde é o melhor para a  nossa saúde?! 
Que pensais se vos disser,   como médico,  que o caldo verde
evita o cancro?! E se vos disser  que o caldo verde evita os
ataques do coração por reduzir no sangue o colesterol,
pensais que é fantasia!?  E se vos disser mais: que o caldo
verde evita as pedras na vesícula  e evita as hemorróidas?!
É caso para perguntardes: se isso é verdade, porque é que levou
tanto tempo a descobrir que o caldo verde é tão milagroso?!
DOUTOR BURKITT
Na década de setenta o famoso médico inglês Burkitt chefiou
um grupo de médicos da Grã Bretanha que foram para a África 
Central estudar as diferenças entre as doenças que existem na
selva e na zona metropolitana de Londres.
Depois de estudos muito apurados o Dr. Burkitt veio a descobrir 
que existe no continente africano um tipo de cancro  diferente 
que é causado por um vírus. Esta descoberta foi sensacional porque 
 provou-se, pela primeira vez, que certos tipos de cancro podem
ser causados por vírus.  
Em honra desta descoberta  o mundo médico mundial  passou a
chamar a este tipo de cancro:  Linfoma não-Hodgkin de Burkitt.
Revelo esta informação médica  a respeito do Dr. Burkitt para~
 os leitores melhor  apreciarem  o calibre das observações que a
equipa do Dr. Burkitt veio a registar  no que diz respeito às
diferenças  que existem  entre a dieta dos nativos  africanos e a
dieta do povo londrino.
Primeiro os médicos ingleses verificaram  que os nativos nunca
tinham prisão de ventre, não contraiam cancro do recto, não
tinham ataques do coração, não sofriam de hemorróidas, nem
apendicite aguda!
Surpreendidos com estes factos os médicos britânicos
constataram  que os nativos africanos defecavam ou obravam,
durante 24 horas, um volume, QUATRO VEZES  maior do
que qualquer cidadão inglês!
Admirados com este achado, os mesmos médicos prosseguindo
com as suas pesquisas concluíram que a diferença dramática
de saúde entre o povo inglês e os nativos em África se devia
ao facto dos africanos comerem NOVENTA POR CENTO  
de ALIMENTOS RICOS  em FIBRAS VEGETAIS,  que não
chegam a ser absorvidos no intestino e  saem nas fezes
praticamente intactos, aumentando assim o volume fecal,
evitando  portanto a prisão de ventre!
Nos últimos anos mais de mil especialistas em todo o mundo 
têm publicado artigos em jornais e revistas médicas  sobre 
as observações da equipa médica do Dr. Burkitt,
CONFIRMANDO que os alimentos melhores para a nossa
saúde são aqueles que têm mais fibras vegetais  não-
reabsorvíveis e que  nos obrigam a visitar mais vezes a retrete....
Eu tive oportunidade de ouvir uma conferência sobre este
assunto pelo Dr. Burkitt,  há vários anos,  no Hospital de
Roger Williams,  em  Providence,  Rhode Island,  na qual o
famoso médico  usou esta frase bombástica:
"É MAIS IMPORTANTE SABERMOS O VOLUME DAS
FEZES DIÁRIAS DUMA PESSOA DO QUE O VALOR
DO SEU AÇÚCAR OU DO SEU COLESTEROL!"
BENEFÍCIOS  DO CALDO VERDE
Para apreciarmos as maravilhosas qualidades do caldo
verde temos que primeiro  analisar o nosso aparelho 
digestivo. Qual é o comprimento  do nosso tubo digestivo? 
Qual é a distância que vai da boca até ao ânus?
Resposta: O comprimento do nosso tubo digestivo é quase
SETE vezes a altura de cada pessoa! Deste modo se um
homem tem de altura um metro e meio, o seu tubo
digestivo possui DEZ METROS de comprimento! 
É igual à mangueira de regar o quintal!...                                      
Agora compreendemos melhor porque é que a Natureza 
exige que a nossa alimentação contenha 90 por cento  de
alimentos com fibras vegetais que não sejam reabsorvidas. 
É  preciso que a nossa alimentação contenha substâncias
que não desapareçam, que não sejam reabsorvidas, no
percurso do tubo  digestivo, porque de contrário não 
chegará nada ao fim do canal que tem em média mais de
dez metros de comprimento...
Analisemos agora  o conteúdo do caldo verde:
COUVES -  As couves são a parte mais importante do
caldo verde porque são muito ricas em fibras não-
reabsorvíveis.  Além disso as couves são muito ricas em
vitamina A  e  complexos B (tiamina, riboflavina e niacina).
Possuem  também cálcio, ferro, fósforo, potássio,  mas  têm
poucas calorias.
AZEITE -- O azeite deve ser português porque é muito rico
em ácidos não-saturados que fazem baixar o colesterol mau.
BATATA --  serve para amaciar, tornar  mais homogéneo o
sabor do caldo verde e o seu valor calórico não está fora de
ordem.
ÁGUA QUENTE -- A água quente do caldo verde é muito
 importante, porque  faz funcionar muito melhor  os sucos
digestivos e os fermentos ou enzimas do aparelho digestivo.  
A água quente faz descontrair os esfíncteres ou válvulas do a
parelho digestivo, estimula a contracção normal da  vesícula
biliar e relaxa o estômago  e os  intestinos  delgado e grosso,
tornando a nossa digestão agradável e saudável.
SAL-- Não deve ser exagerado. Só o preciso! e usar apenas o
SAL MARINHO  Integral de 1ª. - SAL Tal & Qual ----
das salinas.
CHOURIÇO --  O chouriço - para ser cortado às rodelas e
pôr no caldo verde -- deve ser cozido à parte para se  deitar
fora a água porque  esta contem  os produtos cancerígenos
do  chouriço  devido ao processo de ter sido   defumado.
BROA -- A broa deve ser à moda portuguesa feita com o
farelo  e  farinha  de milho  como se coze na  nossa terra.
Quem comer uma malga de caldo verde todos os dias não
tem prisão de ventre! 
Quem não tem prisão de ventre não tem hemorróidas!
 Por outro lado  uma pessoa fazendo as suas necessidades
 diariamente, o fígado é obrigado a produzir mais bílis e a 
vesícula a expelir mais sais biliares  para untar a tripa por
dentro para que os alimentos deslizem melhor. 
Deste modo saindo mais bílis (rica em colesterol)  para o
exterior  através  das fezes, dá-se uma baixa de colesterol
no sangue, diminuindo os riscos de ataques cardíacos e de
pedras da vesícula (compostas por colesterol)! O caldo
verde faz também  com que a pessoa emagreça e se
torne mais saudável e mais feliz.
CANCRO DO CÓLON
Tem-se verificado uma relação directa entre a prisão de
ventre e o cancro do cólon ou do intestino grosso. Porquê? 
Porque quando há prisão de ventre as fezes ficam paradas
no intestino grosso, ou cólon e assim  os produtos tóxicos 
contidos nas FEZES RETIDAS bombardeiam as células
da mucosa intestinal de tal maneira  que com a  REPETIÇÃO 
deste processo  desencadeia-se  o princípio do cancro do
cólon ou do intestino grosso que é uma doença terrível!
Como contra prova dos estudos que a  equipa do Dr. Burkitt
observou   em África,   deram-se  aos nativos africanos  
dietas  iguais  à que os ingleses e americanos usam com
McDonalds, "ice cream" ou sorvetes, pizzas, lasanhas,
batatas fritas, etc. Inverteu-se a dieta: em vez de 90 %
de dieta com vegetais os nativos africanos  passaram a ter
uma dieta de SÓ DEZ  por cento de vegetais. 
Resultados: Os nativos começaram a engordar, o colesterol
começou a subir, passaram a ter prisão de ventre e a
desenvolver hemorróidas como os ingleses e os americanos!
Parece incrível, mas é verdade! No fim do século XX são
os povos primitivos a ensinar ao homem civilizado, ao
homem dos produtos sintéticos e das pastilhas qual é a
alimentação mais saudável!
Há mais de 40 anos visitei as Termas de Melgaço no Norte
de Portugal. Estas termas são especialmente dedicadas a 
doentes diabéticos,  cardíacos e renais. 
Observei então que fazia parte do tratamento obrigatório,
 a todas as refeições diárias,  um grande prato de caldo verde.
E todo o doente que quisesse  comer fora das três  refeições
 só podia  comer mais  outro prato de caldo verde!  O certo
é que todos os doentes melhoravam das suas enfermidades!
Ainda hoje em Coimbra quando os estudantes fazem uma
farra ou há uma reunião de curso e se come e  se bebe
exageradamente... depois duma bela  guitarrada,  à meia noite, 
serve-se sempre um caldo verde -- bem quente --  para
"limpar e acalmar as entranhas"...
Quando tiver uma festa grande em sua casa faça o mesmo:
ofereça aos seus convidados um caldo verde para   despedida
e para terem boa viajem!...
RECEITA DO CALDO VERDE À MODA  DE
VALENÇA DO MINHO
Dois  litros de água; 4 colheres de sopa de azeite português; 
750 gramas de batatas; 1 ou 2 couves galegas conforme o
 tamanho; sal; 1 chouriço (cozido à parte); broa.

TÉCNICA:  Deita-se a água numa panela com o azeite e as

 batatas descascadas cortadas em 4 pedaços.  Põe-se sal 
tiram-se e passam-se por um passador.  Voltam à panela para 
apurar. Entretanto cortam-se as couves  em tiras o mais fino 
possível. Lavam-se e deitam-se na panela QUINZE minutos 
antes da sopa  ser servida, deixando a panela ferver DESTAPADA.
 Serve-se o caldo verde em  tigelas de barro, com uma rodela de 

chouriço e um bocadinho de broa.
Como  já se encontram  à venda na Nova Inglaterra as deliciosas 

sardinhas portuguesas congeladas, pode ser que algum dia algum 
comerciante se lembre de fazer  coisa semelhante  e nos mande 
 as couves galegas já cortadas às tirinhas em caixinhas congeladas,
 prontas a meter na panela,  para saborearmos,  mesmo durante o
Inverno severo na  América,  o nosso  genuíno caldo verde!

INTERESSANTE!!!!!

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