sábado, 5 de março de 2016

Comportamentos que podem oprimir o potencial dos filhos



Como pais, nós aprendemos que nem toda a sabedoria e amor no mundo podem
 proteger nossos filhos de tudo. O problema é que, muitas vezes, isso nos causa
enorme frustração e, por medo de ver nossos filhos  machucarem-se, acabamos
protegendo-os demais. Isso é natural e acontece com qualquer pai e mãe uma
vez ou outra, mas será que isso não está interferindo na independência de nossos
filhos e impedindo que eles se tornem tudo aquilo têm o potencial de ser? 
Tanto o medo quanto a falta de compreensão desempenham um papel nisso, além
da "mania" de cada nova geração de pais querer compensar algo que a geração
anterior não fez. Os pais de hoje têm se preocupado mais com o agora, em vez do
amanhã. Muitos deles tiveram pais que colocaram seu foco no futuro: estudar, 
poupar dinheiro, garantir a sua reforma.
Em resposta, a geração de hoje  usa a ideia de "abrace o momento, tu
mereces, carpe diem" (aproveitar o dia presente), o que, para muitos, resultou em
 dívidas de cartão de crédito e incapacidade de adiar a gratificação.
A verdade é que os pais que são capazes de se concentrar no amanhã preparam
melhor seus filhos. Mimá-los pode nos fazer sentir bem agora, mas irá machucar
suas chances de atingir todo o seu potencial no futuro.  
Aqui estão sete comportamentos prejudiciais, que impedem as crianças de se
tornarem tudo aquilo que podem ser:

1. Nós não deixamos nossos filhos correrem riscos
Nós vivemos em um mundo que nos adverte do perigo em cada momento. A
preocupação com a "segurança em primeiro lugar" reforça nosso medo de perder
 nossas crianças e, portanto, fazemos tudo o que podemos para protegê-las.
Afinal, esse é o nosso papel, mas nós acabamos, muitas vezes, isolando-os de
riscos que podem ser saudáveis, o que tem um efeito adverso. Psicólogos. Na
Europa  descobriram que crianças que não brincam fora de casa e nunca têm
experiências como um joelho esfolado, por exemplo, frequentemente têm
fobias quando adultos. As crianças precisam cair algumas vezes para saber que
é normal; adolescentes precisam romper um namoro para apreciar a maturidade
emocional que os relacionamentos duradouros exigem etc. 
2. Nós os resgatamos imediatamente
A geração de hoje não desenvolve o mesmo preparo para a vida que as crianças
há 50 anos, porque os adultos tendem a cuidar de todos os problemas por elas.
 Quando resgatamos muito rapidamente e ajudamos em excesso, eliminamos a
necessidade dos nossos filhos de navegar as dificuldades e resolver problemas por
conta própria. Mais cedo ou mais tarde, as crianças se acostumam em ter alguém
para resgatá-los e sabem que se falharem, um adulto irá acalmar as coisas e
remover quaisquer consequências da sua má conduta.
O problema é que o mundo real não funciona assim e, portanto, nós acabamos
impedindo que nossos filhos se tornem adultos competentes e responsáveis.
É importante encontrar o equilíbrio entre proporcionar um ambiente de segurança
 emocional e, ao mesmo, ensinar nossos filhos a tomarem responsabilidade por
suas ações. 

3. Nós elogiamos tudo, que eles fazem.
Assista a um jogo da escola de futebol e tu verás que todo mundo é um
vencedor. A mentalidade do "prêmio de participação" pode ajudar nossos filhos a
se sentirem especiais, mas pesquisas recentes indicam que esse método tem
consequências involuntárias. Uma hora, a criança percebe que a mãe e o pai são
os únicos que pensam que ela é a melhor em tudo, e começam a duvidar da
objetividade dos seus pais; ela se sente bem no momento, mas logo sabe que isso 
não condiz com a realidade. Quando os pais elogiam muito facilmente, ou ignoram
 o mau comportamento, as crianças aprendem a fazer menos esforço, mentir, colar
 na prova, exagerar suas habilidades e evitar a realidade difícil, pois não foram
condicionadas a enfrentá-la. Mais uma vez, o segredo é o equilíbrio: é preciso
elogiar e fortalecer a autoestima da criança sempre que ela superar um obstáculo
 ou atingir um objetivo, mas também ensiná-la que não há nada de mal em não ser
o melhor em tudo, e que certas coisas não vêm sem se fazer algum esforço. 


4. Nós deixamos a culpa vencer a lição
Seu filho não tem que te amar a cada minuto. Seus filhos vão superar a deceção,
 mas não vão superar os efeitos de serem mimados o tempo todo. Então, aprenda a
 dizer-lhes "não" ou "agora não", e permita que eles lutem por aquilo que eles
 realmente precisam e dão valor. Como pais, queremos dar aos filhos tudo o que
 querem e "premiá-los" por suas conquistas, mas nos sentimos culpados, por exemplo,
 em fazer isso com um dos filhos e não com o outro. Por exemplo, quando um filho
se sai bem em alguma coisa, nós sentimos que é injusto elogiar e recompensar sem
fazer o mesmo pelo outro filho. Isso é irrealista e perde-se uma oportunidade de
 reforçar para os nossos filhos que o sucesso depende de nossas próprias ações.
Além disso, tenha cuidado para não ensinar que uma boa nota na escola é
recompensada com uma ida ao shopping, por exemplo. Se o seu relacionamento é
 baseado em recompensas materiais, as crianças não vão aprender a ter nem motivação
 intrínseca, nem o amor incondicional.
5. Nós não falamos dos nossos erros no passado

Adolescentes saudáveis ​​vão querer abrir suas asas e precisam experienciar as coisas
por conta própria. Nós, como adultos, devemos deixá-los, mas isso não significa que
 não podemos ajudá-los a navegar por essas águas. Compartilhe com eles os erros
relevantes que você cometeu quando esteve nessa fase de forma que os ajude a fazer
 boas escolhas. Além disso, as crianças devem se preparar para ter deslizes e enfrentar
 as consequências de suas decisões. Compartilhe como você se sentiu quando
enfrentou uma experiência semelhante, o que o levou às suas ações, e as lições
aprendidas com isso. Já que não somos a única influência sobre nossos filhos,
devemos ser a melhor nfluência, sem ter medo de mostrar a eles que nós também
cometemos erros, e aprendemos com isso.
6. Nós confundimos inteligência e talento com maturidade
A inteligência é frequentemente utilizada como medida de maturidade de uma
 criança e, como resultado, os pais presumem que uma criança inteligente está pronta 
para o mundo. Isso não é o caso. Alguns atletas profissionais e estrelas de Hollywood,
 por exemplo, possuem talento inimaginável, mas ainda são pegas em um escândalo
público. Só porque a super-dotação está presente em um aspeto da vida da criança,
 isso não significa que ela permeia todas as áreas. Observe com cautela. Por exemplo,
a professora do seu filho pode querer que ele pule um ano na escola, pois tem o
desenvolvimento cognitivo de uma criança um ano mais velha. Mas e em outras áreas?
Seu filho tem a maturidade emocional para ter um bom relacionamento com as
crianças mais velhas?
O mesmo vale para o outro lado da moeda: não há uma "idade de responsabilidade"
 ou um guia comprovado de quando uma criança deve receber certas liberdades, mas
uma boa regra de ouro é observar outras crianças da mesma idade. Se você perceber
que elas estão fazendo mais coisas sozinhas do que o seu filho faz, você pode estar
atrasando a independência dele.
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7. "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço"
Como pais, é nossa responsabilidade sermos modelos da vida que queremos que
 nossas crianças levem. Nós devemos ajudá-los a se tornarem pessoas de caráter,
confiáveis e responsáveis ​​por suas palavras e ações. Como modelos dentro de casa,
nós podemos começar pela honestidade - mentirinhas, por menores que sejam, um
dia vêm à tona e lentamente corrompem o caráter. Observe a si mesmo nas pequenas
 escolhas éticas que faz, porque seus filhos vão notar também. Por exemplo, se você
 não "dá um jeitinho" e não escolhe atalhos éticos para conseguir o que quer, seus
 filhos vão saber que isso não é aceitável para eles também. Mostre a eles o
significado de altruísmo e amor ao próximo, participando de projetos de voluntariado
com algum grupo da sua comunidade. Deixe as pessoas e lugares melhores do que
você os encontrou, e seus filhos vão fazer o mesmo.

Está bem, falar é fácil, mas depois de ler tudo isso, como os pais podem afastar-se
 desses comportamentos negativos? Comece com isso:
1.Converse com seus filhos, principalmente adolescentes, sobre os problemas e
questões que você gostaria que tivessem lhe ensinado antes de entrar na vida
 adulta. 
2. Permita que eles tentem fazer coisas fora de sua zona de conforto, mesmo que
 haja a possibilidade de fracasso.
3 Discuta com eles sobre as consequências futuras de não aprender certas coisas
 ou dominar certas disciplinas.
4. Ajude-os a combinar suas habilidades com problemas do mundo real.
5. Faça com que participem de projetos que exigem paciência, para que eles
que aprendam  adiar a gratificação.
6 Ensine-lhes que a vida é feita de escolhas e trocas; eles não podem ter e fazer
de  tudo.
7. Simule e ensine, sempre que possível, tarefas de adultos, como pagar contas ou
fazer negócios.
8 No início de sua vida adulta, apresente-os a pessoas que poderão ser mentores
para sua vida profissional. 
9. Ajude-os a vislumbrar um futuro gratificante e, em seguida, discuta os passos
para chegar lá.
10. Sempre comemore o progresso que eles fazem em direção à autonomia e
responsabilidade.
Bônus: Pergunte a si mesmo com frequência: "Como estou a preparar meus
Filhos ou netos? Será que estou sacrificando seu crescimento a longo prazo, pelo
meu ou seu conforto a curto prazo?"

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