D. Duarte
Este documento tem 596 anos. O país dos
adormecidos,
continua com as mesmas
maleitas
de há quase 600 anos !
A famosa carta de Bruges,
escrita pelo infante
D. Pedro ao seu irmão D. Duarte,
em 1426, devia
ser dada nas escolas e num Curso
Obrigatório para
exercer política e ser político íntegro.
É um documento notável sobre os problemas de
Portugal e dos portugueses. É quase um programa
de
governo, extenso, minucioso e certeiro, de uma
visão
extraordinária, com muita atualidade, em
que o
infante das Sete Partidas dá conselhos ao
futuro rei
sobre tudo. Há 600 anos!
Deixo algumas frases. É tão
difícil de escolher,
mas aqui tem um apanhado.
IGREJA
“Há excesso de prelados com escassa preparação, e
em
quem a vocação é ausente. Clérigos sem cultura,
em
quem floresce a preguiça e a gula(...).
Quanto aos bispos
, entendo que é nefasto o hábito
de serem nomeados s
em que se acautele que são homens
livres de escândalos.
”
ESTUDOS SUPERIORES
“Saliento a importância da
educação de todos os que
dão mostras de aptidão e
inteligência, e não apenas
dos filhos dos privilegiados(...)
Ricos e pobres devem
conviver durante a vida de estudos,
em igualdade de
tratamento. Defendo a criação de dotações
para os
estudantes sem recursos.”
IMPOSTOS E
POVOAMENTO
“A força reside, em parte, na população.
É preciso
evitar o despovoamento dos campos e diminuir
os
tributos que pesam sobre o povo.”
JUSTIÇA.
"A justiça
parece só existir em Portugal na cabeça
do rei e do seu
herdeiro; e dá ideia de que lá não
sai, porque, se assim não
fosse, aqueles que têm por
encargo administrá-la
comportar-se-iam mais honestamente.
A justiça deve dar a
cada um aquilo que lhe é devido e
deve dar-lho sem
delongas(...). O grande mal está na
lentidão da justiça”
DEFEITOS DOS PORTUGUESES
"Dos muitos vícios
que encontro no nosso povo,
falar-vos-ei do gosto pela
ostentação vazia, que leva
a que todos queiram viver na
corte, enjeitando as nobres
profissões de seus pais, para se
verem afidalgados,
entregues ao ócio e ao dinheiro fácil.
Enche-se de ociosos
a corte e os lugares que deveriam
administrar o reino.
Vejo nesta situação uma das causas do
atraso de Portugal,
onde não se cumpre a lei nem se
resolvem os entraves
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