Rafael nasceu na povoação em epigrafe há 67 anos. Num ambiente pouco acolhedor, com muito trabalho dada a execução das variadas e pesadas tarefas agrícolas que teve de suportar durante a sua adolescência e com exíguas condições sociais! Mesmo assim, nunca se esqueceu das gentes deste lugar nem da terra que o viu nascer. continua a sentir um certo sentimento nostálgico por esse lugar rural onde viveu até anos 21 anos.
Rafael tem bem presente o sacrifícios dos pequenos agricultores e em geral, de todo o pessoal que trabalhava no campo. Lembra-se das discussões moderadas que havia relacionadas com a actividade agrícola, que eram feitas nos lugares mais públicos da freguesia: no adro da Igreja, nas tabernas, nos bancos de pedra da fonte, no largo do terreiro, etc. Nestes ditos lugares sabia-se da vida integral de todos os habitantes da aldeia: quem era aquele que ceifava mais, quem podava melhor as ávores, quem tinha melhores colheitas, quem tinha melhores animais para o trabalho e quem tratava melhor das propriedades. Era como se fosse uma verdeira literatura oral sobre a agricultura e os seus meios técnicos de a laborar.
Nesta luta agrícola em que todos os habitantes se envolviam, alguns deixavam transparecer uma espécie de desafio. Como se trata de uma agricultura de subsistência, havia sem dúvida um certo despique entre os pequenos agricultores com o fim de produzirem mais e melhor que o seus congéneres.
A terra onde nascemos marca em certa medida parte da nossa personalidade, na maneira de ser, de falar e de agir, o que nos remete para a teoria do telurismo.
Aqueles que viveram para da sua infãncia nos trabalhos que exigiam muito esforço e sacrificios de toda a ordem e mal alimentados sem direito a fins-de-semana nem férias anuais; com tinham os citadinos ou urbícolas. Tudo isto, apesar de ser duro, não foi em vão. Porque lhes deu um bom back-ground para enfrentarem o futurocom mais rigeza.
Quando mudam de funções adaptam-se melhor a quaisquer adversidades laborais que lhes possam surgir, depois de terem passado essas grandes dificuldades.
Também ficam melhor preparados e precavidos em termos económicos, os sacrifícos passados perdurarão nas suas mentes. Pois, nunca irão gastar o dinheiro que lhes custou a ganhar com coisas supérfulas ou sem qualquer proveito. Saberão melhor acautelar o seu futuro, para que o mau tempo enconómico não lhes bata de novo a porta. Daí podemos concluir a razão da teoria de um filosofo russo. Que dizia: o que desejava aos filhos dos seus inimigos que não lhes faltasse nada durante a sua juventude.
Quem tem tudo na adolescência pode ter grandes dificuldades mais tarde, andar de cavalo para burro é muito desagradável!..
Se tivesses alinhado o texto ficaria mais bonito.
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