quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O FIADOR

Há quase duas décadas, um jovem casal do meu círculo de amigos e de relações muito próximas propôs-se comprar um apartamento modesto não muito caro para a época. Como só tinha dinheiro para cerca de metade do custo do referido apartamento, foi ao banco à procura do resto. Um financiamento por um período de cinco anos. Contas feitas, xis por cada mês de prestação, mas para o seu nível de rendimentos e património era exígivel um fiador (avalista). Abordado para esse fim, logo assenti. Porque o referido jovem casal merecia-me todo o crédito e lá subcrevi o contrato do empréstimo financeiro.
O financiado foi pagando sempre a suas prestações e fê-lo até ao fim, pelo que o o meu apport foi tão só o ter ido ao Cartório Notarial de Almada no dia agendado para concretização do dito empréstimo. Assim, pode nesse mesmo dia fazer a liquidação total da compra do apartamento no acto da escritura.
Ora bem, na actual avalanche, a qual podemos apelidar de crediticída, no mundo, na Europa e claro também em Portugal. Os bancos portugueses, como os dos outros países do mundo, alguns estão em risco de insolvência dada a desconfiança dos depositantes, alguns bancos têm mesmo precisão de um aval válido dos estados. a fim de poderem ir aos mercados financiadores. Hoje parece que todos desconfiam de todos. O Estado mais não fez que aquilo que eu fiz. Assumir o papel de fiador dos bancos. Não chegou a disponibilizar um chavo sequer como eu quando fui fiador, mas ao contrário de mim que avalisei à borla. O estado cobrou 1% sobre o valor financiado a cada instituição financeira que recorreu ao seu aval.
Não acreditem o que dizem os orgãos de comunicação ou políticos da oposição, alguns bancos até já se pronunciaram que não vão recorrer ao capital do Estado. Se o Estado desse dinheiro aos banco a a fundo perdido, todos diziam que tinham necessidade de mais capital. Estado não vai dar nem tinha nenhuma lógica dar dinheiro de mão-beijada aos grandes banqueiros! O Estado dá-lhes apenas uma espécie de garantia para que os bancos não entrem descrédito, para que os depositantes tenham toda a confiança e que saibam que o Estado está por detrás a responsabilizar-se por qualquer falha dos bancos.

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