Gosto de estar em silente beatitude
Entre paisagens sós, puras sem tono
Onde só sinta muito em amiúde
A ornitofonia agitarem-me o sonho.
Gosto de sítios que ampliam a calma
Junto ao mar, rios, lagos e açudes
Ouvir o ciciar dos anemos como alaúdes
O tilintar da água a refrescar-me a alma.
Gosto do silêncio que tacteia o nada
Para vislumbrar o infinito e o absoluto
Que incentiva toda a ideia parada
Nesta vida a ânsia com que luto
Quero ter a minha vida animada
Com a luz destes versos em bruto.
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