quarta-feira, 10 de novembro de 2021

 

Expressões curiosas usada 

na Língua Portuguesa!


JURAR DE PÉS JUNTOS:

Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.

 A expressão surgiu através das torturas

 executadas pela Santa Inquisição, nas quais

 o acusado de heresias tinha as mãos e os 

pés amarrados (juntos) e era torturado

para nada dizer além da verdade. Até

hoje, o termo é usado para expressar a

veracidade de algo que uma pessoa diz.

 

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:

Pode ir tirando o seu cavalinho da chuva

porque não te vou deixar sair hoje! No 

século XIX, quando uma visita iria ser

breve, deixava o cavalo ao relento em

frente à casa do anfitrião e, se fosse

demorar, colocava o cavalo nos fundos

da casa, num lugar protegido da chuva

e do sol. Contudo, o convidado só

 poderia pôr o animal protegido da

chuva se o anfitrião percebesse que a

 visita estava boa e dissesse: "pode

 tirar o cavalo da chuva". Depois disso,

a expressão passou a significar a

desistência de alguma coisa.


DAR COM OS BURROS NA ÁGUA:

A expressão surgiu no período do Brasil

colonial, onde os tropeiros que

escoavam a produção de ouro, cacau e

 café, precisavam ir da região Sul

ao Sudeste sobre burros e mulas.

O facto era que muitas vezes esses

burros, devido à falta de estradas

adequadas, passavam por caminhos

 muito difíceis e regiões alagadas,

 onde os burros morriam afogados.

Daí em diante o termo passou a ser

usado para se referir a alguém que faz

 um grande esforço para conseguir

 algum feito e não consegue ter

sucesso.

 

GUARDAR A SETE CHAVES:

No século XIII, os reis de Portugal

adoptavam um sistema de arquivo de

jóias e documentos importantes da

corte através de um baú que possuía

quatro fechaduras, sendo que cada

chave era distribuída a um alto

funcionário do reino. Portanto, eram 

apenas quatro chaves. O número sete

passou a ser utilizado devido ao valor

 místico atribuído ao mesmo, desde a

época das religiões primitivas.

A partir daí começou-se a utilizar o

termo "guardar a sete chaves" para

designar algo muito bem guardado...

 

OK:

A expressão inglesa "OK" (okay),

que é mundialmente conhecida para

 significar estar tudo bem, teve a sua

origem na Guerra da Secessão, no EUA.

 Durante a guerra, quando os soldados

 voltavam para as bases sem nenhuma

 baixa, escreviam numa 

placa "0 killed" (nenhum (zeromorto),

expressando a sua grande satisfação,

 daí surgiu o termo "OK".

 

 ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:

Existe uma história não comprovada,

de que após trair Jesus, Judas

enforcou-se  numa árvore sem nada nos

pés, já que havia posto o dinheiro que

 ganhou por entregar Jesus dentro das

suas botas. Quando os soldados viram

 que Judas estava sem as botas, saíram

 em busca delas e do dinheiro da traição.

 Nunca ninguém soube se encontraram as

botas de Judas. A partir daí surgiu à

expressão, usada para designar um

 lugar distante, desconhecido e inacessível.

 

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:

A história mais aceitável para explicar a

origem do termo é proveniente das

tradições hebraicas, onde os bezerros

eram sacrificados a Deus como forma

de redenção de pecados. Um filho do

 rei Absalão tinha grande apego a uma

 bezerra que foi sacrificada. Assim,

 após o animal morrer, ele ficou-se

lamentando e pensando na morte da

 bezerra. Após alguns meses o garoto

morreu.

 

PARA INGLÊS VER:

A expressão surgiu por volta de 1830,

quando a Inglaterra exigiu que o Brasil

aprovasse leis que impedissem o

tráfico de escravos. No entanto,

todos sabiam que essas leis não seriam

 cumpridas, assim, essas leis eram 

criadas apenas "para inglês ver". Daí

surgiu o termo.

 

RASGAR SEDA:

A expressão que é utilizada

quando alguém elogia grandemente

 outra pessoa, surgiu através

da peça de teatro do teatrólogo Luís

 Carlos Martins Pena. Na peça, um

 vendedor de tecidos usa o pretexto

de sua profissão para cortejar

uma moça e começa a elogiar

exageradamente a sua beleza, até

 que a moça percebe a intenção do

rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que

se esfiapa."


 O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER

VER:

Em 1647, em Nimes, França, na

universidade local, o doutor Vicent

de Paul D`Argent fez o primeiro

transplante de córnea num aldeão

de nome Angel.  Foi um sucesso

da medicina da época, menos para

 Angel, que assim que passou a ver

 ficou horrorizado com o mundo que

 via. Disse que o mundo que ele

imaginava era muito melhor. Pediu

 ao cirurgião que arrancasse os 

seus olhos. O caso foi acabar no

 tribunal de Paris e no Vaticano.

 Angel ganhou a causa e entrou

para a história como o cego que não

 quis ver.


ANDAR À TOA:

Toa é a corda com que uma

 embarcação reboca a outra. Um

navio que está à toa é o que não

tem leme nem rumo, indo para onde

o navio que o reboca determinar.

 

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM

 GATO:

Na verdade, a expressão, com

o passar dos anos, adulterou-se.

 Inicialmente dizia-se quem não

 tem cão caça "como" gato, ou

seja, esgueirando-se, astutamente,

traiçoeiramente, como fazem os gatos.


VAI TOMAR BANHO:

Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto

Freyre analisa os hábitos dos índios

versus os do colonizador português.

Depois das Cruzadas, como corolário

 dos contactos comerciais, o europeu

 contagiou-se de sífilis e de outras

doenças transmissíveis e desenvolveu

medo ao banho e horror à nudez, o

 que muito agradou à Igreja. Ora, o

índio não conhecia a sífilis e lavava-se

 da cabeça aos pés nos rios, além de

 usar folhas de árvore para limpar os

bebés e lavar no rio as redes nas quais

dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo

corpo dos portugueses, abafado em roupas

 que não eram trocadas com frequência e

raramente lavadas, aliado à falta de banho, 

causava repugnância aos índios. Então os

índios, quando estavam fartos de receber

 ordens dos portugueses, mandavam que

fossem "tomar banho"