quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O HOMEM

É como um grão bem sedimentad
Que na vida rola em todas as direções
É matéria que com tempo sofre erosões
Até que seja totalmente desintegrado.

É como grão de areia que se apura
Entre as várias matérias da natureza
É corpo animado com saber e destreza
É um ser vivo de diferente textura.

É um produto de água, carne e ar
Um composto de uma vida animada
Que à sua origem tem de voltar.

Quer seja pobre, rico, nobre ou santo
Quando se desintegrar torna-se nada
Mesmo que tenha na vida bom manto


A minha geração

    
  Minha geração esteve nas guerras
  Lutas armadas sem nenhum sentido
           Foram feitas por ignorância e castigo
           Para quem defendeu aquelas terras


 Ali ouvia-se só o canto das espingardas
 Onde apetecia chorar e ninguém chora
 Todo o ruído era receoso a toda hora
 De noite e dia  fazendo vigilância- guardas.


Dias de dura chuva, vento e cálidos estios
Noites de breu o ar em gume de arrepios
Onde medo era mais forte  que calor e frios


 Na guerra espreitava sempre a morte
 Nos vales, montes, na mata ou nos rios
        Na guerrilha não há lei do mais forte



Comparação com o agricultor e o poeta




Enxada, arado, foice usa o agricultor
Sulco, rego, húmus, cava e a lavrar
Papel, pena, caneta usa o escritor
Prosa, versos, lábios, canto e criar.


Abrir rasgos na terra, semear, colher
Pensar, compor, escrever, encadernar
Cada um tem a sua missão o seu afazer
Para o corpo e a mente possam alimentar.


Um escreve versos poemas sobre a terra
Onde faz  a bibliografia de toda a sua vida
Muitas páginas na sua lavoura encerra.


O poeta ao escrever também lavra
Seus sulcos, sem deixar a terra ferida
Escreve páginas com a arte da palavra.




No acróstico deste poema pode descobrir o autor



Rumei direto a Lisboa maior cidade
Abandonei a dura faina agrícola
Farto deste trabalho sem dignidade
Arranjei uma profissão mais nobre
Engajado como militar e urbìcola
Libertei-me de ser estulto e pobre


Cumpri sempre o meu devido dever
Onde exerci com lealdade as funções
Este emprego que nunca quis perder
Limitei críticas para acautelar o futuro
Homens que só exibiam seus galões
O Que me brigaram a um silêncio duro


Desanimado com momentos de monotonias 
E conviver com ignaros por necessidade
Somei muito mais tristezas que alegrias
Oposição provinha da parca idoneidade
Undícola fui e nos maus zéfiros me senti
Zeloso a mais para ter aqui continuidade
Ajudas nunca tive mas os sabujos venci

Soneto com substantivos coletivos

Banda, bando, congresso, ninhada,
Arquipélago, choupal, vinha, colmeia,
Caravana, cáfila, corja, camba
Chorrilho, chusma, cardume, alcateia,


Tripulação, enxame, esquadra, flotilha,
 Cordilheira, nuvem, matilha, pinhal,
 Frota, regimento, choldra, esquadrilha,
 Súcia, falange, leva, multidão, olival,

Ramalhete, manada, rancho, mato
Vara, vinha, souto, réstia, quinzena,
 Serra, récua, rebanho, assembleia, fato


Universo, universidade, religião,
 Horda, magote, campanha, novena,
 Seminário, conclave, cacho, legião.


Feito por Rafael

Poema alusivo aos Lusídads

              
Antes do mar do Reino Baco de atingir
Quando os Naus estão em Moçambique
Para que o rei Baco ofuscado fique
No Olimpo, Consílio dos Deuses vão decidir


Qual a sorte que vai ter a nossa Armada
Se a frota atracasse no porto de Mombaça
Estas ninfas amigas previam a desgraça
Mas nereidas e Vénus evitam a cilada


Baco esperava disfarçado de sacerdote
Com a Armada de Meca avisada
As Naus do Gama não teriam sorte


     Se a nossa frota atracasse a mau porto
Iria cair   naquela grande emboscada
Mas antes descobriram o falso piloto


     Il a été fait par Rafael




Un poème en français

                        
 Quand J´écris quelques poèmes sans idées
 Ce qui est comme  la vie sans aucun amour
 Poèmes tristes, peu gais, pas de l´ humour
 Je crois, tout le monde m´en pourrait aider
                 

Mais sans idées, pas inspiration et très ennui
 Je n´a pu ne  écrire que choses dramatiques
 Dans les styles  modernes ou romantiques
 Donc, journées ensoleillées seront que la nuit


Je n´aime pas passe-temps sans occupation
 J´aimerais dire toujours des choses  belles
 Si je puisse parler et écrire avec préparation


Je n´ai jamais pu  montrer toutes mes idées
Ce qui  pourrait faire  pendant la vie le Rafael  
 Il craint rester seul, triste et mémoire soit allée


Made in By Rafael

                  

                 

Governo Ideal

Com algumas expressões latinas que
regularmente se usam:
         

Com governantes cultos de “honoris causa” certa
Políticos com condições “sine que non”
Que aos agiotas “de lana caprina” diga não
Que investigue “in loco”façam governação aberta.


No fisco que haja “dura lex sed lex” para todos
Sem plagiar autocráticos ancestrais “ipsis verbis”
Com uma governação diferente dos “sui generis”
Na equidade na acção sem “grossos modos”.


Aos supostos faltosos “habeas corpus” aludir
“Ipso factos” devem ser bem aferidos
“Nobis in idem” o faltoso punir.


O homem não deve ser “homo homini lupus”
“Mala gratia”  muitos bens devem ser repartidos
“Deus dixit quid sol lucet omnibus”.