quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Poema sobre a gerontologia e tanatologia


Os anos vão subindo e o tempo avança
Que é a natureza própria da vida humana
O tudo começa e acaba amizades, esperança
Na velhice já tudo nos confunde e engana

                                                 
O ser humano é forçado para a mudança
A idade altera funções e o discernimento
Todos entramos na inefável contra dança
Que nos traz declínio solidão e sofrimento

                                                 
Acabam as alegrias, diminuem as paixões
Mudam os hábitos e fisionomia o retrato
Tudo muda na vida até as grandes ilusões

                                                
É a vida peregrina comum a todos os seres
Todos na partida para o Além só levam o fato
Deixam tudo, a família, os amigos e haveres










Lisboa a cidade muito importante antes do terremoto 1755


Lisboa chegou a ser considerada uma “segunda Roma”, com uma
igreja ou convento em cada esquina. Muitos destes monumentos
desapareceram no terramoto de 1755, outros foram reconstruídos,
por isso a maioria das igrejas da cidade data dos finais do século
XVIII. Os interiores refletem os estilos e o gosto da época, um
gosto muito português, em que a talha dourada se mistura com
painéis de azulejos azuis e brancos.
Os mais belos exemplos encontram-se muitas vezes onde menos
se espera, escondidos em conventos ou nas igrejas mais
pequenas:

1 | Igreja de Santa Maria de Belém »
O abobadamento da igreja do Mosteiro dos Jerónimos é
considerado uma das mais impressionantes obras de arquitetura
de tecnologia gótica em toda a Europa. Classificado como
Património Mundial, todo o monumento é o mais notável feito da
arquitetura manuelina, com uma ornamentação que conjuga
símbolos religiosos e régios, e elementos naturalistas.
É nesta igreja que se encontram os túmulos de Camões e de
Vasco da Gama.

2 | Igreja do Convento da Madre de Deus »
O Convento da Madre de Deus é hoje o Museu Nacional do
Azulejo. A igreja é um dos monumentos mais extraordinários do
país, misturando o azulejo barroco, a talha dourada e a pintura em
tela. Os azulejos são da autoria de artistas holandeses e
portugueses, e as 20 telas no teto, que ilustram a vida da Virgem,
são do pintor Marcos da Cruz, criadas entre 1660 e 1670.

3 | Igreja de Santa Catarina »
Curiosamente, esta igreja é pouco conhecida e pouco visitada,
apesar de se encontrar às portas do Bairro Alto e de ser uma das
mais monumentais da cidade. O interior suntuoso é das obras
artísticas mais impressionantes de Lisboa, desde o estuque
rococó no teto à talha dourada completada em 1727.
Dois dos pintores mais importantes do século XVIII em Portugal,
Vieira Lusitano e André Gonçalves, foram os autores das pinturas
emolduradas pela talha.

4 | Igreja de São Roque »
Conhecida por ter a capela que muitos dizem ser “a mais valiosa
do mundo”, esta igreja tem das fachadas mais simples mas um
dos mais magníficos interiores de Lisboa. A tal capela é a de São
João Batista, encomendada em Roma em 1742, para ser trazida
peça por peça para Lisboa. É um tesouro considerado uma
verdadeira obra de arte total, pela riqueza dos materiais (marfim,
ágata, lápis-lazúli e ouro) e pela boa condução artística dos
trabalhos. As outras capelas são ricas em talha dourada,
mármore, azulejos e telas.

5 | Basílica da Estrela »
É um dos mais belos monumentos de Lisboa, por dentro e por
fora. Foi uma das últimas grandes igrejas barrocas, com um
interior coberto de mármore. É conhecida pelo seu enorme
presépio do escultor Machado de Castro, e pelo túmulo de Dona
Maria I.

6 | Igreja do Convento dos Cardaes »
A igreja do Convento dos Cardaes é um dos mais notáveis
exemplos do barroco português, misturando a talha dourada e a
azulejaria. Sobrevivente do terramoto de 1755, a igreja apresenta
um conjunto de onze painéis figurativos de azulejos a azul e
branco, da autoria do holandês Jan van Oort, datados de 1692. A
talha dourada emoldura oito telas de vários artistas da época.

7 | Igreja de São Miguel »
Apesar de se encontrar no coração de Alfama, por onde passam
muitos turistas, esta igreja abre apenas uma vez por semana, para
missa. Tem um dos mais belos e ricos interiores em talha
dourada, que cobre as paredes e o altar, e que emoldura pinturas
atribuídas a Bento Coelho da Silveira, pintor régio de D. Pedro II e
um dos mais conceituados artistas portugueses do século XVII.

8 | Igreja do Menino de Deus »
Teve porta aberta no dia em que completou três séculos, em julho
de 2011, mas esta igreja encontra-se sempre fechada. No
entanto, basta tocar a campaínha da porta ao lado, e terá acesso
ao belo interior. Mandada construir por D. João V em 1711, fica
quase escondida perto do castelo. Destaca-se pelo uso de
mármore e de outros materiais nobres, e serviu de modelo para
muitas outras construções barrocas pelo país.

9 | Igreja da Encarnação »
Das igrejas do Chiado, todas construídas ou reconstruídas depois
do terramoto de 1755, esta é a mais bela. É a reconstrução da
primeira inaugurada em 1708, e só ficou concluída em 1873. O
interior, revestido de mármores, apresenta elementos decorativos
rocaille, e uma escultura de Nossa Senhora da Encarnação do
escultor Machado de Castro. Os belos tetos, de telas pregadas
sobre madeira, foram pintados entre 1784 e 1824.

10 | Igreja dos Anjos »
É uma pequena igreja muito pouco conhecida, mas preserva um
dos mais valiosos interiores em talha dourada. É um interior do
século XVII, mas o edifício tem apenas um século, pois é a
reconstrução de uma igreja que teve de ser demolida para a
abertura da Avenida Almirante Reis. A talha dourada foi
cuidadosamente recolocada, preenchendo grande parte do
espaço.

Sete tribos decendentes de Portugueses


Estão espalhados um pouco por todo o mundo e são
a maior prova do legado dos Descobrimentos, quando
 os portugueses partiram para terras distantes em
 busca de glória e riqueza.
A grande maioria deles ainda fala crioulo de origem
portuguesa e ainda mantém vivas algumas tradições
 dos seus antepassados. É comum, em muitos locais,
 ainda cantarem em português e a religião católica é
outro factor que os une.
Existem muitas tribos e povos que descendem dos
portugueses, desde a América até à Ásia. Alguns
estão a desaparecer, outros ainda conseguem manter
viva a chama dos seus ancestrais e o amor por Portugal
 Descubra 7 tribos descendentes dos portugueses.
Lamno (Indonésia)
Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar
 à Indonésia, no início do século XVI e, apesar de
 terem-se estabelecido sobretudo na região oriental do
país, alimentaram o sonho de controlar o comércio da
pimenta desde a zona estratégica do Norte da Samatra
 até ao mercado chinês.
Os portugueses da província indonésia de Aceh,
conhecidos localmente como “olhos azuis”, estão em
 risco de se extinguirem desde que o tsunami de 2004
 reduziu a comunidade de centenas de pessoas a
 menos de uma dezena.
Antes do tsunami, a comunidade teria talvez cerca
de 500 pessoas, enquanto que agora é difícil apontar
 um número, porque a região conta com descendentes
de outros europeus e árabes.
Bayingyis (Birmânia)
A hegemonia portuguesa no Índico e no Pacífico durou
 perto de um século e seria profundamente abalada
com a chegada dos holandeses àqueles mares.
Com a substituição da dominação portuguesa pela
holandesa – permanecendo nas terras que as viram
 nascer; deportados para outras paragens; ou forçados
 à emigração – as cristandades mestiças euro-asiáticas
 do Oriente talharam a identidade coletiva de cada uma
 que perdurou até aos nossos dias e que assenta em
 dois pilares principais: a religião católica e a língua
crioula.
Entre essas comunidades destaca-se a dos
 descendentes dos muitos soldados portugueses que
a época de Seiscentos lutaram ao lado dos soberanos
 de Ava e do Pegu, reinos da antiga Birmânia, ou que
faziam parte do pequeno exército de Filipe de Brito,
ou do seu companheiro de armas Salvador Ribeiro
de Sousa, senhores feudais em terras do Oriente,
ambos empossados com o título de ‘rei do Pegu’,
 e que são hoje conhecidos em Myanmar (atual
Birmânia) como os ‘bayingyis’.
Ziguinchor (Senegal)
A atual Ziguinchor remonta a uma feitoria fundada
pelos portugueses em 1645, na margem sul do rio
Casamansa. Segundo a tradição, o seu nome deriva
da expressão em língua portuguesa “cheguei e choram”
 uma vez que os nativos pensavam que os europeus
os vinham escravizar.
Subordinada à capitania de Cacheu, o seu objetivo era
 o comércio com o reino de Casamansa, um fiel aliado
 na região, descrito pelos cronistas coevos como o reino
 mais amigo dos portugueses ao longo da costa da
Guiné.
Nos censos de 1963, dos 42.000 habitantes de
Ziguinchor, 35.000, falavam o crioulo (83%), e 30.000
tenham o crioulo como língua materna (71,4%).
crioulo de Casamansa é uma língua crioula baseada
 no português que é considerado um dialeto do crioulo
da Guiné-Bissau falado principalmente na região de
Casamansa no Senegal e também na Gâmbia.
Kristang (Malásia)
Os portugueses chegaram há quinhentos anos a
Malaca. A diáspora lusitana subsiste, com inusitado
 fulgor e entusiasmo, num pequeno bairro piscatório
malaio, onde se luta pela manutenção da cultura
portuguesa. Hoje e sempre.
Em Malaca (Melaka, i.e., “O Estado Histórico”), o
terceiro mais pequeno Estado da Malásia, existe um
 povo conhecido por Kristang (“cristão”), que descende
 dos portugueses e que sobrevive desde o século XVI
como uma pequena comunidade de cerca de 5000
pessoas.
A numerosa colónia luso-descendente não abdicou
da identidade cultural. Meio milénio após a chegada
 lusa e 370 anos após a sua partida, todos continuam
 a afirmar-se, orgulhosamente, portugueses, sem nunca
 terem pisado solo nacional. A cultura popular
portuguesa transmite-se de pais para filhos, por via oral.
Contam-se histórias, ensinam-se costumes e tradições,
 transmite-se «o portugis antigo», que falavam os
primeiros colonos, corrompido por séculos de
transmissão oral sem um único registo escrito ou
 resquício de ensino oficial.
Burghers (Sri Lanka)
Burgher é o nome pelo qual são conhecidos os
descendentes de portugueses e holandeses no
Sri Lanka. Os Burghers Portugueses são um grupo
 étnico do Sri Lanka descendentes de cingaleses
e portugueses, católicos e falantes do indo-português
 do Ceilão, uma linguagem crioula de origem
portuguesa.
Os Burghers portugueses são maioritariamente
descendentes de mestiços de origem portuguesa
e cingalesa, geralmente pai português e mãe
cingalesa ou mãe descendente de portugueses com
 pai cingalês. A sua origem remonta à chegada dos
 portugueses, após a descoberta do caminho marítimo
para a Índia, em 1505.
Quando os holandeses tomaram as costas do Sri
Lanka em 1656, antigo Ceilão Português, os
 descendentes dos portugueses refugiaram-se nas
 montanhas centrais do reino Kandyan, sob domínio
 cingalês.
Com o tempo descendentes de portugueses e holandeses
casaram entre si. Embora a língua portuguesa tivesse
sido banida sob o domínio holandês, estava tão difundida
como língua franca do índico que até os holandeses a
falavam. No Censo de 1981 os Burghers (holandeses
e portugueses) contavam cerca de 40.000 (0,3% da´
 população total do Sri lanka).
Numerosos apelidos de origem portuguesa permanecem
 até hoje, como Perera, Pereira, Abreu, Salgado,
Fonseca, Fernando, Rodrigo e Silva que se tornaram
 parte da cultura do Sri Lanka.
Korlai (India)
Korlai é uma aldeia que fica perto das ruínas da
antiga cidade fortaleza de Chaul construída pelos
 portugueses no séc. XVI, em 1534. Chaul foi uma
das cidades mais importantes e estratégias do
Império Português do Oriente, de tal forma que era
 uma cidade bem apetecida para os adversários d
os portugueses.
Os portugueses começaram a frequentar aquelas
águas a partir de 1501, com o apoio do potentado
local que se fizera vassalo do rei de Portugal para
 se livrar da influência do Samorim de Calecut.
A povoação conta com cerca de 900 falantes, no
entanto encontra-se ainda por estudar, pois ainda
não há nenhum estudo sobre a língua ou sobre os
 costumes deste povo.
A descendência de Korlai resulta da presença de
 soldados Portugueses que se casaram com as nativas,
 bem como um pequeno grupo de mulheres de Goa
 que se casaram com portugueses. Os seus
 costumes e tradições indicam essa origem e incluem
a religião cristã, a celebração de diversas festividades
 e até músicas populares.
Tugu (indonésia)
Não é fácil chegar a Tugu, a nordeste de Jacarta,
 capital da Indonésia. Mesmo ao fim-de-semana,
o trânsito que liga à aldeia é caótico, devido à
 proximidade do porto de Tanjung Priok, o
 principal do país, com cerca de 430 hectares..
Apesar dos inúmeros camiões que entopem a
 estrada principal, sente-se uma tranquilidade ao
chegar a Tugu, um ex-líbris de Portugal. Junto ao
 cemitério e à igreja branca datada do século XVII,
 há um espaço aberto e arvoredo que lembra o
 centro de algumas aldeias portuguesas, até pelos
 idosos que por ali vão deixando cair o tempo.

Os ancestrais dos tugu estão ligados aos escravos
 dos portugueses na Índia que foram levados para a
 Batávia, antiga Jacarta, por holandeses.
Ainda no século XVII, após o fim do império colonial
 português no Sudeste Asiático, chegaram àquela zona
 comerciantes, artesãos e aventureiros oriundos de
 Malaca, Ceilão, Cochim e Calecute. O cruzamento
entre os dois grupos fez nascer os chamados
“Portugueses Negros”, que tinham em comum a língua
 portuguesa e a religião cristã.