sexta-feira, 18 de setembro de 2020

 

Quando o povo paga pela inocència de um Rei

O dia 4 de Agosto marca o maior desastre da história
 militar portuguesa, não só pelo número de militares
envolvidos mas também pelas consequências trágicas
que teve.
A batalha de Alcácer Quibir (ou batalha dos três reis
marca o princípio do fim da II dinastia portuguesa e do
 período do império português da Índia e é o prenúncio
 de um período de 60 anos em que o reino de Portugal
governado por monarcas estrangeiros.
A 4 de Agosto de 1578, perto de Alcácer-Quibir onde
hoje uma aldeia denominada Suaken, com o exército
esgotado pela fome, pelo cansaço e pelo calor, deu-se
batalha.
O exército marroquino avançou em uma ampla frente,
cercar as fileiras de D. Sebastião. Era composto por
1000 cavaleiros nos seus flancos, tendo no seu centro
mouros vindos de Espanha, os quais guardavam especial
 ressentimento dos cristãos. Apesar da sua doença o
Sultão Abdal Malique deixou a sua liteira e liderou a
suas tropas a cavalo.
O exército português nesta batalha tinha uma primeira
(vanguarda) composta pelos “aventureiros” portugueses
comandados por Cristóvão de Távora, e pelos voluntários
mercenários estrangeiros, por uma ala esquerda de
pesada comandada pelo rei D. Sebastião e por uma
A batalha começou com uma troca de fogo de
e artilharia, por ambos os exércitos. Thomas Stukley
comandante dos voluntários italianos, foi morto por
uma bala de canhão no começo da batalha. A cavalaria
 moura, superior em número, avançou cercando o
 exército português, enquanto as forças principais se
engam.
Próximo do acampamento do líder mouro, o ataque
português perdeu impulso após o comandante se ter
ficado demasiado afastados do restante.
Assim correndo risco de isolamento, e começa a recuar.
Vendo os seus flancos comprometidos pelo ataque da
cavalaria moura, ameaçado ele próprio pela mesma, e
A batalha terminou após quatro horas de combate com
a completa derrota dos exércitos de D. Sebastião e Abu
Mohammed II Saadi, com quase 9 mil mortos e 16 mil
prisioneiros, nos quais se incluem grande parte da
nobreza portuguesa. Talvez 100 sobreviventes tenham 
escapado com custo, do local da batalha.
Mulei Mohammed, aliado dos portugueses, tentou fugir
ao massacre em que a batalha se convertera mas morreu
 afogado ao atravessar o rio Mocazim. O Sultão Abdal
(Mulei Moluco) também morreu durante a batalha, mas
de causas naturais, uma vez que o esforço da batalha
demais para o seu estado, debilitado por um
envenenamento que sofrera. D. Sebastião, por
vez, desapareceu liderando uma carga de cavalaria
contra o inimigo, e seu corpo jamais foi encontrado
Nestas condições, o exército português, em que
alguns atos de grande bravura, foi completamente
 derrubado. Apesar de na época duvidarem da morte
do rei é muito provável que ele nesta batalha tenha 
perecido.
D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadaver addiado  que procria?

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