domingo, 13 de dezembro de 2009

Quando o poder está dissimulado

Num certo dia de verão por volta das dez horas, uma senhora que
residia na Cidade das Caldas da Rainha, resolveu ir para da praia
da Foz do Arelho com a sua filha de seis anos de idade.
A dita senhora aí vestida com um vestido muito simples só par
cobrirem o fato de banho que o levava já vestido. O que fazem a
maioria das senhoras, em especial aquelas que não pretendem alugar
uma tenta aos concessionários das praias.
Para se deslocar das Caldas para a supracitada praia essa senhora
usou a sua própria viatura um simples Renault 5 que já tinha oito
anos de uso.
A senhora tinha tirado a carta há pouco tempo, por isso, sabia
bem as leis do código da estrada. Além disso, dado o seu
temperamento e sua educação civilizacional optou por conduzir
sempre a uma velocidade moderada porque temia os terríveis a
acidentes que acontecem diariamente.
Durante este curto percurso e apesar de conhecer bem a estrada
conduzia com todo o cuidado a uma velocidade entre os oitenta e
noventa quilómetros hora e às vezes menos conforme as indicações
das placas do Código das estradas.
Naquele dia quando já estava a meio do seu percurso, um cão
atravessou-se na estrada, ela teve meter travões a fundo para não
matar o animal. O seu carro ficou um pouco enviesado devido à
travagem brusca.
Um outro automobilista que a seguia tinha já tentado
ultrapassá-la por duas vezes, mas não conseguiu dado o trânsito
que vinha em sentido contrário. Na terceira tentativa de
ultrapassagem foi quando a senhora travou por causa do cão.
Como o carro ficou enviesado com a traseira no meio da estrada,
o outro condutor não conseguiu parar o seu veículo e chocou
com o carro dessa senhora, e amolgou-lhe o guarda-lamas esquerdo
do Renault 5.
Este senhor conduzia um bom Geep topo de gama, era um dos
construtores mais conhecidos da região. Daqueles construtores
que têm bons conhecimentos com alguns funcionários superiores
e ficais ligados às Câmaras, etc. Além disso, têm também boas
relações com as autoridades locais alguns Agentes Policiais
são convidados para certos petiscos.
Como este senhor considerado importante não se quis dar como
culpado, a senhora por sua vez disse-lhe:
-Então mande chamar as autoridades que eu não tenho telemóvel
O construtor afastou-se um pouco e pediu à GNR seus conhecidos
para virem resolver aquele problema. Disse-lhe num tom de voz
mais baixa. “Está aqui uma parva qualquer que me travessou a
sua carroça na frente e choquei com ela”.
A senhora conseguiu ouvir parte desta mensagem, mas não disse
nada.
Quando chega a patrulha da GNR verificou a posição das viaturas
e começaram a discutir quem seria o culpado.
Perante aquele desentendimento sobre as leis do trânsito a
senhora disse:
- Que eu saiba as leis ainda não mudaram quem bate por de trás
é que é o culpado. Um dos agentes da GNR disse:
- O que é que a senhora sabe de leis? Nem sempre quem bate por
de trás é o culpado!
- O senhor agente está enganado com as normas do Código das
estradas, eu tirei a carta à pouco tempo!
- Isso é a opinião geral das pessoas, mas perante este caso,
não é como a senhora diz.
- Não é! Mas eu creio que sim.
A senhora mostra-lhe o Cartão de Juíza na Comarca das Caldas
da Rainha. O agente da GNR perturbado, desfaz-se em desculpas e
o construtor fez o mesmo e considerou-se logo como culpado.
Depois de ouvir só lhes disse:
- Como o meu Renault 5, ainda pode andar, eu vou para a praia
mas às dezasseis horas da tarde, quero que compareçam no quartel
GNR das Caldas.
Cada um seguiu o seu destino às dezasseis. O Construtor e o GNR
já lá estavam à espera dela, mas ela só apareceu três horas
depois!
Fê-lo de propósito, quis lhe dar uma seca para que não se armem
em espertos.
Quando chegou disse para o construtor:
- Mande-me arranjar o carro onde quiser, eu preciso de uma
viatura de substituição para o meu trabalho. O construtor
prontificou-se a fazer tudo que a Juíza lhe exigiu.
Ao agente da GNR disse:
- Desta vez perdoo -lhe, mas espero que não volte a emitir opiniões
erradas com o cidadão comum. O GNR só lhe pediu novamente desculpa.

Moral da história, quem tem o poder não tem problemas, se fosse uma
simples cidadã seria a culpada!...

3 comentários:

  1. esta " estória" está mal contada, por duas razões, primeiro a GNR não diz nem descute no local de acidente quem é o culpado, para iso existem os seguros, em 2.º lugar nenhum juiz pode mandar comparecer ninguém assim de qualquer maneira num Posto da GNR, muito menos por causa de um acidente de viação.
    saudações

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  2. Caro Geninho.
    Considerando os seu comemtário e o seu pseudónimo, creio trarar-se de um Agente de Autoridade. De acordo com a sua opinião é possivel que história supracitda que nos seus contornos tenha havido algum exagero, em relação há verdade dos factos, porque quem conta um conto acrescenta sempre um ponto. Mas houve mesmo um acidente de viação entre uma juíza e um construtor civil na dita estrada. Este episódio foi-me contado por um senhor que tem uma oficina de automóveis na região de Leiria.
    No que concerne a opiniões comigo já passou o seguinte: Um certo dia tive um pequeno acidente em Lisboa, quando um Agente Polícia chegou disse para mim:
    "o senhor sabe que neste caso o é o culpado é melhor resolverem isto sem a nossa intervenção" e assim fiz.
    De qualquer maneira agradeço os seus comentários, que são sempre bem vindos para aprender e ficar esclarecido sobre certas normas.
    Comente sempre diga o que quizer.
    Obrigado.

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  3. Olá Rafael!
    O Geninho não gostou da tua história!

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