sábado, 4 de dezembro de 2010

Atenuantes do Natal

Algumas pessoas passam o ano a dizer mal e a bofetada umas às outras,
mas na quadra festiva do Natal, bate-se com menos força. Geralmente
dá-se um desconto. É Natal. Durante doze meses dizemos cobras e
lagartos uns dos outros, mas na ocasião do Natal, distribuímos menos
veneno. Em vez de oferecermos cardos, oferecemos rosas e não se limpa
o sarampo a ninguém!
No Natal reza-se pela paz. Durante este período natalício declaramos
alto e em bom som que dá -nos um grande prazer de oferecer prendas e
recebê-las da família e dos amigos.
Nesta quadra tão bonita e tão ligada à família,somos mais generosos,
depositamos na mão trémula do arrumador de carros uma moeda de um euro,
a qual lhe negámos todo o ano, porque se pudermos, vamos sempre
estacionar o nosso carro mais à adiante para lhe não darmos nada!
No Natal, não há amantes, só há legitimas. As esposas oferecem um
pijama aos extremosos maridos, mas no resto do ano negam-lhes um par
de peúgas, daquelas que custam cinco euros meia-dúzia de pares!
Na noite do Natal, assiste-se à Missa do Galo, mas durante o ano
zurze-se dos padres e da hierarquia da igreja.
No natal, até os potomaníacos, seguidores acérrimos da doutrina de
Baco não discutem com a sua cara-metade. Nesta época, esses
enófilos optam por beber Vinho do Porto que é a bebida natalícia
por excelência, deste modo, proporciona-lhes umas cardinas mais
adocicadas.
Em conclusão: o Natal podemos designá-lo pela quadra da barrela,
quando se aproxima lava-se todo o mal que se fez durante o ano.
Rafael.

2 comentários:

  1. Ao menos uma vez por ano!
    Sempre é melhor que nada!

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  2. Amigo Rafael
    Não podia estar mais de acordo, muito embora também eu seja «pecador» mas neste caso não há distinção entre a época Natalícia e o resto do ano, sou-o o ano inteiro.

    Um abraço
    Virgílio

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