quarta-feira, 8 de abril de 2015

Frases idiomáticas também é cultura

JURAR DE PÉS JUNTOS:
 Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das 
torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias 
 tinha as mãos e os pés amarrados  (juntos) e era torturado para nada dizer
 além da verdade. 
Até hoje, o termo é  usado para expressar a veracidade de algo que uma
 pessoa diz.
 TIRAR O  CAVALO DA CHUVA:
 Pode ir tirando  o seu cavalinho da chuva porque não te vou deixar sair hoje!
 No século  XIX, quando uma visita iria ser breve, deixava o cavalo ao relento 
em  frente à casa do anfitrião  e, se fosse demorar, colocava o cavalo nos  
fundos da casa, num lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o  
convidado ó poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião 
 percebesse que a visita estava   boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva".
 Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
 DAR COM OS  BURROS NA ÁGUA:
A expressão  surgiu no período do Brasil colonial, onde os tropeiros que 
escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul ao
 Sudeste sobre burros e mulas. O facto  era que muitas vezes esses burros, 
 devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito  difíceis 
e regiões lagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo
 passou a ser usado para se referir a alguém que faz um  grande esforço para  conseguir algum feito e não consegue ter sucesso.
 GUARDAR A  SETE CHAVES:
 No século XIII,  os reis de Portugal adoptavam um sistema de arquivo de jóias

 e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro  fechaduras, sendo que cada chave era  distribuída a um alto funcionário 
do reino. Portanto, eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser
 utilizado devido ao valor místico atribuído ao  mesmo, desde a época das
 religiões primitivas. 
A partir daí começou-se utilizar o termo "guardar a  sete chaves" para designar
 algo muito  bem guardado...
OK: A expressão  inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida para 
significar que está tudo bem, teve a sua origem na Guerra da Secessão, no EUA.
Durante a guerra, quando os soldados  voltavam para as bases sem  nenhuma 

baixa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum (zeromorto),  expressando a
 sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".
 ONDE JUDAS  PERDEU AS BOTAS:
 Existe uma  história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas

enforcou-se  numa árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou  por entregar Jesus dentro das suas  botas. Quando os soldados viram  
que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da  traição.
Nunca ninguém soube se encontraram as botas de Judas. A partir daí  surgiu à
 expressão, usada para designar um lugar distante,  desconhecido e inacessível.
PENSANDO NA  MORTE DA BEZERRA:
A história mais  aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das 

tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados a Deus como forma de redenção de pecados.
 Um filho  do rei Absalão tinha grande apego a uma  bezerra que foi
sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou-se  lamentando e pensando 
na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto  morreu.
PARA INGLÊS  VER:
 A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Bras
l  aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos.
> No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas,  assim,  

essas  leis eram  criadas apenas "para inglês ver". Daí surgiu o termo.
RASGAR  SEDA:
 A expressão que  é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu  através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na 

peça,um vendedor de tecidos usa  o pretexto de sua profissão para  cortejar 
uma moça e começa a elogiar exageradamente a sua beleza, até  que a moça
 percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que  se esfiapa."
O PIOR CEGO  É O QUE NÃO QUER VER:
 Em 1647, em  Nimes, França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul 
D`Argent  fez o primeiro transplante de córnea num aldeão de nome Angel.  
Foi um sucesso da medicina da época,  menos para Angel, que assim que
passou  a ver ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele  imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse os  seus 
 olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel  ganhou a  
causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.
ANDAR À  TOA:
 Toa é a corda  com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à 

toa é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca 
determinar.
QUEM NÃO TEM  CÃO, CAÇA COM GATO:
 Na verdade, a  expressão, com o passar dos anos, adulterou-se.
 Inicialmente dizia-se quem não tem cão caça como gato, ou seja,

  esgueirando-se, astutamente, traiçoeiramente, como fazem  os gatos.
 VAI TOMAR  BANHO:
 Em "Casa  Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene

 dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como
corolário dos contactos comerciais,  o europeu contagiou-se de sífilis  e de outras 
doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e  horror à nudez, o que
 muito agradou à Igreja. Ora, o índio não  conhecia a sífilis e lavava-se da cabeça
 aos pés nos rios, além de  usar folhas de árvore para  limpar os bebés e lavar no 
rio as redes nas quais dormiam.
> Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas  que
 não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à  falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios,  quando estavam fartos de r
eceber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

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