quarta-feira, 8 de abril de 2015

Lucidez de diplomata

             
Um jovem diplomata português, em diálogo com 
um colega mais idoso e mais experiente:
- Francamente, senhor embaixador, devo confessar que 
não percebo o que correu mal na nossa história.
Como é possível que nós, um povo que descende das 
gerações de portugueses:
- que criaram o Brasil,
-que "deram novos mundos ao mundo",
- que viajaram pela África e pela Índia,
- que foram até ao Japão e a lugares bem mais
 longínquos,
- que deixaram uma língua e traços de cultura que 
ainda hoje sobrevivem e são lembrados com admiração,
como é possível que hoje sejamos o mais pobre país da
 Europa ocidental?
O embaixador sorriu e disse:
- Meu caro, você está muito enganado. Nós não 
descendemos dessa gente aventureira, que teve a audácia
 e a coragem de partir pelo mundo, nas caravelas, que fez 
uma obra notável, de rasgo e ambição.
- Não descendemos? - reagiu, perplexo, o jovem diplomata 
- Então de quem descendemos nós?
Responde o lúcido embaixador:
Nós descendemos dos que cá ficaram...

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