segunda-feira, 4 de abril de 2016

O nobre Perestrelo, Salazar e Padre



 Vejam lá se gostam desta lição de história que nos foi contada
 por um ilustre historiador da Marinha De Guerra Portuguesa.

Nos tempos idos da autocracia, o pai de António Oliveira Salazar
 foi feitor numa grande propriedade do velhote Perestrelo, situada
lá para os lados de Santa Comba Dão. Perestrelo teve dois filhos, 
um rapaz e uma rapariga. A menina ainda foi namorada de Salazar
 e o rapaz, mais conhecido pelo Perestrelo Vasconcelos, que fez
curso de engenharia. Quando Salazar chegou ao poder colocou-o 
como administrador da Casa da Moeda e posteriormente, em 1939, 
assumiu a gestão do Arsenal do Alfeite.

Perestrelo Vasconcelos morreu em 1962 e deixou seis ou sete
 filhos, dos quais um deles foi engenheiro naval, na Lisnave, e 
outro, sentiu vocação para sacerdote e veio a ser capelão da 
Marinha de GuerraPortuguesa em 1959. 
Como fez parte da célebre conspiração "Caso da Sé", na qual 
participaram vários opositores ao regime, como Manuel Serra. Na
 eminência do capelão também ser preso, o presidente do governo,
 Oliveira Salazar, chamou a S. Bento o pai do capelão Perestrelo 
Vasconcelos e aconselhou-o a mandar o filho para o Brasil, para 
que não tivesse o desgosto de ver um filho na prisão. Tudo em 
consideração ao  geronte Perestrelo de quem o pai de Salazar 
tinha sido feitor.

E foi assim que o padre Perestrelo Vasconcelos debandou para
 o Brasil. Nos anos 70, com a primavera marcelista do primeiro-
ministro Marcelo Caetano, o padre Perestrelo Vasconcelos 
regressou a Portugal e foi exercer o sacerdócio na paróquia de 
Loures.
Num belo dia, o admirado e venerado padre Perestrelo Vasconcelos, 
em plena missa dominical, deixou os paroquianos atónitos e lavados
 em lágrimas. Anunciou que iria deixar o sacerdócio porque se 
apaixonara por uma senhora da família Lorena. O padre passou à
 sua condição de cidadão com matrimónio e dessa união nasceu 
Marcos Perestrelo Vasconcelos, que foi  ex-vereador socialista da 
Câmara de Oeiras e foi secretário de Estado da Defesa do governo do 
Partido Socialista.

P.S. - Já agora acrescento mais uma história da família Perestrelo
 e do Dr. Salazar (retirada da biografia escrita pelo Dr Franco 
Nogueira).
Realmente (e tal como se refere no texto acima) o jovem Salazar 
(que pelos vistos era um ginófilo e não um misógino como se
 constava. Gostava da jovem Perestrelo e ela retribuía esse amor
 com muita paixão.

Quando a mãe se apercebeu do namoro,tentou logo acabá-lo
imediatamente! Não sem antes dizer de viva voz ao jovem  prof. 
Universitário (imaginem, de Finanças Públicas): Que tinha muita~
 consideração pela inteligência dele, mas, sinceramente, namorar
 com a filha dela, uma jovem Perestrelo, era demais! Que Salazar 
não se podia esquecer, que era e seria sempre o filho do caseiro, 
terminou assim o namoro.
Alguns anos passados, já ele era 1º ministro  a  senhora Perestrelo
 telefonou-lhe para lhe pedir um favor. O telefonista passou a
 chamada e ela anunciou-se : "Daqui fala a Condessa Perestrelo"
 e Salazar respondeu "Daqui fala o filho da caseiro".!
Isto só prova que a vingança  não se serve fria, como muita gente 
pensa, mas às vezes geladíssima!...

Sem comentários:

Enviar um comentário