quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Quem os viu e quem nos vê!

Para que a memória não se apague! Fez 60 anos em
27 de Fevereiro de 2013, o acordo que foi assinado
em Londres sobre as dívidas da Alemanha. Os países
que perdoaram 50% da dívida alemã foram a Espanha,
Grécia e Irlanda.
D
epois de duras negociações com representantes 
de 26 países, com especial relevância para os EUA,
Holanda, Reino Unido e Suíça, onde estava 
concentrada a parte essencial da dívida.
A dívida total foi avaliada em 32 biliões de marcos,
repartindo-se em partes iguais em dívida originada 
antes e após a II Guerra.Os EUA começaram por propor 
perdão da dívida contraída após a II Guerra mundial.
Mas, perante a recusa dos outros credores, chegou-se
 a um compromisso.
Foi perdoada cerca de 50% (Entre os países que
perdoaram a dívida estão a Espanha, Grécia e Irlanda)
da dívida e feito o reescalonamento da dívida restante
para um período de 30 anos. Para uma parte da dívida
este período foi ainda mais alongado.
O acordo de pagamento visou, não o curto prazo, mas
antes procurou assegurar o crescimento económico do
devedor e a sua capacidade efectiva de pagamento.
O acordo adoptou três princípios fundamentais:
Perdão/redução substantial da dívida;
Reescalonamento do prazo da divída para um
prazo longo;
Condicionamento das prestações
à capacidade de pagamento do devedor.
O pagamento devido em cada ano não pode exceder
a capacidade da economia. Em caso de dificuldades,
foi prevista a possibilidade de suspensão e de
renegociação dos pagamentos. O valor do
montantes afectos ao serviço da dívida não poderia 
ser superior a 5% do valor das exportações. As taxas de
juro foram moderadas, variando entre 0 e 5%.
A grande preocupação foi gerar excedentes para
 possibilitar os pagamentos sem reduzir o consumo.
 Como ponto de partida, foi considerado inaceitável
reduzir o consumo para pagar a dívida.
O pagamento foi escalonado entre 1953 e 1983. 
Entre 1953 e 1958 foi concedida a situação de carência
 durante a qual só se pagaram juros.
Outra característica especial do acordo de Londres
de 1953, que não
encontramos nos acordos de hoje, é que no acordo
de Londres eram impostas
também condições aos credores - e não só aos 
países endividados. Os países credores, obrigavam-se,
 na época, a garantir de forma duradoura, a
capacidade negociadora e a fluidez económica 
da Alemanha.
Uma parte fundamental deste acordo foi que o 
pagamento da dívida deveria ser feito somente com 
o superavit da balança 
comercial. 0 que, "trocando por miúdos", significava
que a RFA só era obrigada a pagar o serviço da 
dívida quando conseguisse um saldo de divisas
 através de um excedente na exportação, pelo que
o Governo alemão não precisava de utilizar as suas
reservas cambiais.
EM CONTRAPARTIDA, os credores obrigavam-se
 também a permitir um superavit na balança comercial
 com a RFA - concedendo à Alemanha o direito de, 
 segundo as suas necessidades, levantar barreiras
 unilaterais às importações que a prejudicassem.
Hoje, pelo contrário, os países do Sul são obrigados 
a pagar o serviço da dívida sem que seja levado em
conta o défice crónico das suas balanças comerciais






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