quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Descendemos dos mais tímidos


Um jovem diplomata português, em diálogo com um colega mais velho:
- Francamente, senhor embaixador, devo confessar que não percebo o
que correu mal na nossa história.
Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de
 portugueses:
- que criaram o Brasil,
- que “deram novos mundos ao mundo”,
- que viajaram pela África e pela Índia,
- que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos,
- que deixaram uma língua e traços de cultura que ainda hoje
sobrevivem e são lembrados com admiração, como é possível que
hoje sejamos o mais pobre país da Europa ocidental?
O embaixador sorriu e disse:
- Meu caro, você está muito enganado. Nós não descendemos dessa
 gente aventureira, que teve a audácia e a coragem de partir pelo
mundo, nas caravelas, que fez uma obra notável, de rasgo e ambição.
- Não descendemos? - reagiu, perplexo, o jovem diplomata - Então de
 quem descendemos nós?
Responde o lúcido embaixador:
- Nós descendemos dos que cá ficaram e do “Velho do Restelo

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