quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Sete tribos decendentes de Portugueses


Estão espalhados um pouco por todo o mundo e são
a maior prova do legado dos Descobrimentos, quando
 os portugueses partiram para terras distantes em
 busca de glória e riqueza.
A grande maioria deles ainda fala crioulo de origem
portuguesa e ainda mantém vivas algumas tradições
 dos seus antepassados. É comum, em muitos locais,
 ainda cantarem em português e a religião católica é
outro factor que os une.
Existem muitas tribos e povos que descendem dos
portugueses, desde a América até à Ásia. Alguns
estão a desaparecer, outros ainda conseguem manter
viva a chama dos seus ancestrais e o amor por Portugal
 Descubra 7 tribos descendentes dos portugueses.
Lamno (Indonésia)
Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar
 à Indonésia, no início do século XVI e, apesar de
 terem-se estabelecido sobretudo na região oriental do
país, alimentaram o sonho de controlar o comércio da
pimenta desde a zona estratégica do Norte da Samatra
 até ao mercado chinês.
Os portugueses da província indonésia de Aceh,
conhecidos localmente como “olhos azuis”, estão em
 risco de se extinguirem desde que o tsunami de 2004
 reduziu a comunidade de centenas de pessoas a
 menos de uma dezena.
Antes do tsunami, a comunidade teria talvez cerca
de 500 pessoas, enquanto que agora é difícil apontar
 um número, porque a região conta com descendentes
de outros europeus e árabes.
Bayingyis (Birmânia)
A hegemonia portuguesa no Índico e no Pacífico durou
 perto de um século e seria profundamente abalada
com a chegada dos holandeses àqueles mares.
Com a substituição da dominação portuguesa pela
holandesa – permanecendo nas terras que as viram
 nascer; deportados para outras paragens; ou forçados
 à emigração – as cristandades mestiças euro-asiáticas
 do Oriente talharam a identidade coletiva de cada uma
 que perdurou até aos nossos dias e que assenta em
 dois pilares principais: a religião católica e a língua
crioula.
Entre essas comunidades destaca-se a dos
 descendentes dos muitos soldados portugueses que
a época de Seiscentos lutaram ao lado dos soberanos
 de Ava e do Pegu, reinos da antiga Birmânia, ou que
faziam parte do pequeno exército de Filipe de Brito,
ou do seu companheiro de armas Salvador Ribeiro
de Sousa, senhores feudais em terras do Oriente,
ambos empossados com o título de ‘rei do Pegu’,
 e que são hoje conhecidos em Myanmar (atual
Birmânia) como os ‘bayingyis’.
Ziguinchor (Senegal)
A atual Ziguinchor remonta a uma feitoria fundada
pelos portugueses em 1645, na margem sul do rio
Casamansa. Segundo a tradição, o seu nome deriva
da expressão em língua portuguesa “cheguei e choram”
 uma vez que os nativos pensavam que os europeus
os vinham escravizar.
Subordinada à capitania de Cacheu, o seu objetivo era
 o comércio com o reino de Casamansa, um fiel aliado
 na região, descrito pelos cronistas coevos como o reino
 mais amigo dos portugueses ao longo da costa da
Guiné.
Nos censos de 1963, dos 42.000 habitantes de
Ziguinchor, 35.000, falavam o crioulo (83%), e 30.000
tenham o crioulo como língua materna (71,4%).
crioulo de Casamansa é uma língua crioula baseada
 no português que é considerado um dialeto do crioulo
da Guiné-Bissau falado principalmente na região de
Casamansa no Senegal e também na Gâmbia.
Kristang (Malásia)
Os portugueses chegaram há quinhentos anos a
Malaca. A diáspora lusitana subsiste, com inusitado
 fulgor e entusiasmo, num pequeno bairro piscatório
malaio, onde se luta pela manutenção da cultura
portuguesa. Hoje e sempre.
Em Malaca (Melaka, i.e., “O Estado Histórico”), o
terceiro mais pequeno Estado da Malásia, existe um
 povo conhecido por Kristang (“cristão”), que descende
 dos portugueses e que sobrevive desde o século XVI
como uma pequena comunidade de cerca de 5000
pessoas.
A numerosa colónia luso-descendente não abdicou
da identidade cultural. Meio milénio após a chegada
 lusa e 370 anos após a sua partida, todos continuam
 a afirmar-se, orgulhosamente, portugueses, sem nunca
 terem pisado solo nacional. A cultura popular
portuguesa transmite-se de pais para filhos, por via oral.
Contam-se histórias, ensinam-se costumes e tradições,
 transmite-se «o portugis antigo», que falavam os
primeiros colonos, corrompido por séculos de
transmissão oral sem um único registo escrito ou
 resquício de ensino oficial.
Burghers (Sri Lanka)
Burgher é o nome pelo qual são conhecidos os
descendentes de portugueses e holandeses no
Sri Lanka. Os Burghers Portugueses são um grupo
 étnico do Sri Lanka descendentes de cingaleses
e portugueses, católicos e falantes do indo-português
 do Ceilão, uma linguagem crioula de origem
portuguesa.
Os Burghers portugueses são maioritariamente
descendentes de mestiços de origem portuguesa
e cingalesa, geralmente pai português e mãe
cingalesa ou mãe descendente de portugueses com
 pai cingalês. A sua origem remonta à chegada dos
 portugueses, após a descoberta do caminho marítimo
para a Índia, em 1505.
Quando os holandeses tomaram as costas do Sri
Lanka em 1656, antigo Ceilão Português, os
 descendentes dos portugueses refugiaram-se nas
 montanhas centrais do reino Kandyan, sob domínio
 cingalês.
Com o tempo descendentes de portugueses e holandeses
casaram entre si. Embora a língua portuguesa tivesse
sido banida sob o domínio holandês, estava tão difundida
como língua franca do índico que até os holandeses a
falavam. No Censo de 1981 os Burghers (holandeses
e portugueses) contavam cerca de 40.000 (0,3% da´
 população total do Sri lanka).
Numerosos apelidos de origem portuguesa permanecem
 até hoje, como Perera, Pereira, Abreu, Salgado,
Fonseca, Fernando, Rodrigo e Silva que se tornaram
 parte da cultura do Sri Lanka.
Korlai (India)
Korlai é uma aldeia que fica perto das ruínas da
antiga cidade fortaleza de Chaul construída pelos
 portugueses no séc. XVI, em 1534. Chaul foi uma
das cidades mais importantes e estratégias do
Império Português do Oriente, de tal forma que era
 uma cidade bem apetecida para os adversários d
os portugueses.
Os portugueses começaram a frequentar aquelas
águas a partir de 1501, com o apoio do potentado
local que se fizera vassalo do rei de Portugal para
 se livrar da influência do Samorim de Calecut.
A povoação conta com cerca de 900 falantes, no
entanto encontra-se ainda por estudar, pois ainda
não há nenhum estudo sobre a língua ou sobre os
 costumes deste povo.
A descendência de Korlai resulta da presença de
 soldados Portugueses que se casaram com as nativas,
 bem como um pequeno grupo de mulheres de Goa
 que se casaram com portugueses. Os seus
 costumes e tradições indicam essa origem e incluem
a religião cristã, a celebração de diversas festividades
 e até músicas populares.
Tugu (indonésia)
Não é fácil chegar a Tugu, a nordeste de Jacarta,
 capital da Indonésia. Mesmo ao fim-de-semana,
o trânsito que liga à aldeia é caótico, devido à
 proximidade do porto de Tanjung Priok, o
 principal do país, com cerca de 430 hectares..
Apesar dos inúmeros camiões que entopem a
 estrada principal, sente-se uma tranquilidade ao
chegar a Tugu, um ex-líbris de Portugal. Junto ao
 cemitério e à igreja branca datada do século XVII,
 há um espaço aberto e arvoredo que lembra o
 centro de algumas aldeias portuguesas, até pelos
 idosos que por ali vão deixando cair o tempo.

Os ancestrais dos tugu estão ligados aos escravos
 dos portugueses na Índia que foram levados para a
 Batávia, antiga Jacarta, por holandeses.
Ainda no século XVII, após o fim do império colonial
 português no Sudeste Asiático, chegaram àquela zona
 comerciantes, artesãos e aventureiros oriundos de
 Malaca, Ceilão, Cochim e Calecute. O cruzamento
entre os dois grupos fez nascer os chamados
“Portugueses Negros”, que tinham em comum a língua
 portuguesa e a religião cristã.

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